quarta-feira, 23 de maio de 2007

Gabeira propõe retirada de medida provisória que divide Ibama

Folha Online
por Regiane Soares

22/05/2007 - 14h32

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) vai sugerir à ministra Marina Silva (Meio Ambiente) a retirada da MP (Medida Provisória) que prevê a reestruturação do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e cria o Instituto Chico Mendes. O objetivo de Gabeira é ampliar o debate sobre a gestão ambiental.

"Quero conversar com a Marina para ver se posso ajudar em alguma coisa, pois o Brasil está caminhando para uma energia suja, como o carvão", afirmou o deputado.

Gabeira disse ainda que vai propor à ministra o prazo de 45 dias para discutir uma nova proposta de reestruturação do Ibama "mais equilibrada", com a participação dos funcionários do órgão, do governo e dos parlamentares.

Durante reunião da Comissão de Meio Ambiente realizada nesta terça-feira (22/5) pela manhã na Câmara, o deputado também sugeriu o fim da greve dos funcionários do Ibama que paralisaram as atividades em protesto pela divisão do órgão.

"É uma proposta de conciliação, mas nenhuma das partes [governo e funcionários] quer recuar. Acho fundamental discutir esse assunto com maturidade, sem prejudicar a gestão ambiental", ressaltou Gabeira.

Para os grevistas, a divisão do Ibama e a criação do Instituto Chico Mendes evidenciaram a suposta tentativa do governo de pressionar o órgão a acelerar a concessão de licenças ambientais.

O presidente da Asibama (Associação Nacional dos Servidores do Ibama), Jonas Corrêa, participou da reunião da Comissão de Meio Ambiente e confirmou a manutenção da greve dos servidores do órgão em todos os Estados. O comando de greve não soube precisar quantos trabalhadores aderiram à paralisação, mas adiantou que a participação é "maciça". O Ibama tem 6.400 servidores em todo o país.

Tripoli

O deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP) também se posicionou contra a MP que divide o Ibama e disse que vai sugerir à bancada tucana a votar contra a proposta.

"Tudo leva a crer que a essa MP foi apresentada para aprovar uma licença ambiental. Mas não se faz política assim. Não pode a qualquer momento alterar as regras, a não ser que o governo tenha o bom senso e retire [a MP], como sugeriu o Gabeira. ", disse tucano.

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