03/05/2007
PF deflagra operação contra políticos e empresários de Florianópolis
A Polícia Federal está cumprindo desde o início da manhã desta quinta-feira mandados de prisão contra políticos, empresários e funcionários públicos de Florianópolis acusados de negociar licenças ambientais. A operação foi batizada de Moeda Verde.
Leia a seguir a nota divulgada pela PF:
Por determinação da Justiça Federal, policiais federais começaram a cumprir hoje mandados de prisão temporária contra várias pessoas e de busca e apreensão em órgãos públicos, empresas e residências, expedidos em inquérito que investiga a existência de um esquema de venda de leis e atos administrativos de conteúdo ambiental e urbanístico, em favor de grandes empreendimentos na Ilha de Santa Catarina.
Os mandados foram expedidos por ordem do juiz Zenildo Bodnar, da Vara Federal Ambiental de Florianópolis, que determinou as medidas de prisão e busca e apreensão por considerá-las necessárias à eficácia das investigações e sobretudo para preservar as eventuais provas a serem obtidas.
A operação da Polícia Federal, denominada Moeda Verde, investiga a ocorrência de crimes contra a ordem tributária, falsificação de documento, uso de documento falso, formação de quadrilha, corrupção e tráfico de influência. As prisões temporárias (22 mandados), que começaram a ser efetuadas durante a madrugada, foram decretadas contra vereadores de Florianópolis, servidores públicos e empresários, entre outros.
As buscas e apreensões devem ser feitas na Secretaria de Urbanismo e Serviços Públicos de Florianópolis (Susp), no Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis, na Fundação do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram), na Fundação do Meio Ambiente (Fatma), em escritórios de empresas e residências.
Na decisão, o juiz Zenildo Bodnar deixa claro que as prisões não implicam juízo de valor sobre a culpa ou inocência dos envolvidos, a serem devidamente apuradas no curso regular do processo, com respeito ao direito à ampla defesa.
Empreendimento em Jurerê Internacional, em Florianópolis, foi o alvo inicial
As investigações da Operação Moeda Verde começaram há nove meses e tinham como alvo inicial um empreendimento em Jurerê Internacional, no norte da Ilha de Santa Catarina, afirmou a delegada Júlia Vergara, em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, na superintendência da Polícia Federal em Florianópolis.
A partir daí, segundo o também delegado federal Raimundo Lopes Barbosa, foram investigados pelo menos outros três empreendimentos de grande porte construídos em mangues, restingas e áreas de marinha da Ilha.
Todos foram licenciados de forma irregular atráves de "vantagem indevida", disse a delegada Júlia Vergara na coletiva:
– Constatamos pagamento de valores em espécie, troca de favores entre órgãos públicos e uso de carros que configuram vantagem indevida.
De acordo com o delegado Raimundo Barbosa, entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão foram apreendidos hoje pela manhã.
A Polícia Federal deflagrou a operação no início da manhã desta quinta-feira. Foram expedidos mandados de prisão contra políticos, empresários e funcionários públicos de Florianópolis acusados de negociar licenças ambientais.
A primeira lista divulgada pelo órgão trazia 22 nomes. Porém, na coletiva à imprensa, a delegada Júlia Vergara informou que foram cumpridos 17 mandados de prisão em Santa Catarina e dois no Rio Grande do Sul.
Mais informações disponíveis no ClicRBS:
(procurar links no canto direito superior)
- Presidente da Fatma, Carlos Leomar Kreuz, fala sobre a operação Moeda Verde
- Ouça parte da coletiva da delegada federal Júlia Vergara
- Entrevista com o delegado federal Raimundo Lopes Barbosa
- Ariel Bottaro Filho, secretário de Comunicação de Florianópolis, diz que prefeito Dário Berger está sendo informado sobre a operação
Um comentário:
Obrigado pela indicação desta notícia, Aleph!
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