segunda-feira, 28 de maio de 2007

Reforma do Conselho de Segurança, aquecimento global e Haiti são prioridades do Brasil na ONU

Agência Brasil
por Spensy Pimentel
Enviado especial*


Porto Príncipe (Haiti) - Anunciada em janeiro como a nova indicada para representar o Brasil junto às Nações Unidas, a diplomata Maria Luiza Viotti prepara-se para assumir o posto em Nova York nas próximas semanas e já anuncia algumas prioridades do país para os próximos anos.

Segundo ela, o trabalho de estabilização do Haiti, a reforma do Conselho de Segurança da ONU e os esforços internacionais para conter o aquecimento global estão no topo da agenda brasileira para o próximo período.

Viotti, que deixa o cargo de diretora do Departamento de Organismos Internacionais do Itamaraty para assumir o novo posto, diz que o debate sobre a participação de países em desenvolvimento como membros permanentes do Conselho de Segurança está em pleno andamento. “Tem havido uma nova dinâmica nesse debate”, diz ela. O Brasil reivindica uma dessas novas vagas no conselho.

“O debate continua vivo. Há uma revalorização entre os membros do G4 de sua atuação conjunta, uma rearticulação desses países”, diz ela, em referência ao grupo formado por Brasil, Índia, Alemanha e Japão para articular a reforma no conselho. “Houve uma reunião de altos funcionários do G4, no último dia 19. Foi muito importante para relançar os objetivos do grupo, a plataforma desses países em relação à reforma, de maneira que estamos confiantes de que haverá desdobramentos importantes a curto e médio prazo.”

A diplomata rechaça críticas recentes de analistas, pelo fato de o Brasil só haver mandado dois representantes à última reunião internacional sobre as mudanças climáticas, na Tailândia. “Nós temos encaminhado essa questão com grande prioridade no Brasil. Seremos vítimas desse fenômeno, em função do impacto que terá para vastas regiões do Brasil, de maneira que nós temos todo o interesse em continuar a participar de forma muito ativa nas conversações sobre o tema.”

Viotti diz não crer que o Brasil possa ser considerado “vilão” do clima, por causa do processo de desmatamento em regiões da Amazônia. “Eu creio que tem havido um reconhecimento de que temos feito esforços importanes no Brasil para deter o desflorestamento. Tem havido resultados importantes nessa área, uma redução no ritmo do desmatamento no país, e nós temos contribuído para a redução do aquecimento global, através de fontes renováveis de energia, biocombustíveis etc.”

* O repórter viajou a convite do Ministério da Defesa.

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