quinta-feira, 10 de maio de 2007

Aeromóvel

O Aeromóvel é um meio de transporte urbano automatizado em via elevada de concepção inteiramente brasileira inventado por Oskar H.W. Coester, que se baseia no princípio de redução do peso-morto por passageiro transportado. Sua propulsão é pneumática, utilizando-se de gradientes de pressão que se estabelecem no interior de um duto localizado na via elevada logo abaixo do veículo e que propelem o mesmo através do empuxo fornecido a uma aleta solidária ao veículo que se movimenta sob rodas de aço em trilhos tradicionais. O ar é insuflado pela ação de turbo-ventiladores centrífugos comerciais de acionamento elétrico, dispostos em casas de máquinas em pontos determinados no solo.

O projeto foi implementado com sucesso em 1989, na cidade de Jakarta, capital da Indonésia. Constitui-se de uma linha circular construída no interior de um parque ecológico, que abriga centros de convenções, teatros, hotéis etc. Em Porto Alegre, desde 1983, opera uma linha-piloto de testes, onde são certificados os componentes da tecnologia.

O Aeromóvel é um meio de transporte não-convencional classificado na categoria de APM (Automated People Mover), devido ao fato de sua operação ser totalmente automatizada. Caracterizado pela altíssima freqüência de serviço (pequenos headways), pode ser desenhado para atender demandas de até 25 000 passageiros/hora-sentido.

O sistema proposto foi concebido a partir dos conceitos fundamentais da aviação, que são; redundância e falha segura, apresenta-se como um sistema de alta confiabilidade, notadamente, devido às características inatas ao projeto, que impedem a colisão entre veículos adjacentes (evitada pela compressibilidade do ar dentro do duto que mantém afastadas entre si as aletas impulsoras dos veículos).

O reduzido índice de peso-morto por passageiro transportado do sistema proposto (razão entre a massa total do veículo vazio pela lotação máxima de passageiros) é alcançado devido ao caráter passivo do veículo, resultando em um significativo baixo custo relativo de investimento no Aeromóvel e num ainda menor custo de operação e manutenção. O consumo energético equivalente encontra-se em patamares inferiores à metade dos observados nos sistemas sobre pneus.

Sob o ponto de vista dos impactos ambientais, o Aeromóvel provou ser extremamente silencioso, uma vez que as fontes de vibração (motores elétricos) encontram-se afastadas dos veículos, em módulos facilmente isoláveis com métodos tradicionais. A disrupção visual à paisagem circundante é reduzida e suas linhas modernas conferem ao sistema atrativos turísticos. Quanto à propulsão, uma vez utilizando-se motores elétricos industriais, corrente alternada de baixa tensão e potência, para o acionamento mecânico dos sopradores, a emissão de poluentes gasosos é nula.

A característica adaptativa e a grande versatilidade de projeto do Aeromóvel conferem-lhe o vantajoso trunfo de poder estabelecer conexões entre diferentes sistemas modais, preenchendo históricas lacunas ainda existentes nas deficitárias redes de transportes dos massivos centros urbanos, com o benefício da ausência de qualquer ônus ao ambiente no que concerne ao aumento de emissões. A sua facilidade de construção e grande liberdade de traçado para suas vias permitem o cruzamento de forma quase incólume por regiões que não permitiriam o tráfego de sistemas mais intrusivos (como em áreas verdes).

Desse modo, o Aeromóvel pode ser aplicado para reduzir os tempos médios de viagem atualmente observados, tirando proveito de sua racional ocupação vertical do espaço urbano, que dispensa em grande parte as onerosas ampliações nas pistas de rolagem e demais intervenções, sendo, portanto, uma alternativa de baixo custo e ambientalmente orientada; que torna mais célere a capacidade de mobilidade, e em conseqüência também disso, contribui a aumentar a qualidade de vida nas grandes cidades.

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