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Ana Paula Scinocca, BRASÍLIA
com colaboração de Luciana Nunes Leal
A demissão coletiva de seis dos sete diretores do Ibama, fruto do descontentamento com a divisão da autarquia e também da saída do presidente, Marcus Barros, obrigou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a correr na busca de um substituto para gerir o órgão. A escolha, porém, está esbarrando no choque de Marina com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, nos bastidores.
Dilma quer a presidência do Ibama para Norma Villela, atual gerente do Departamento de Meio Ambiente de Furnas. Marina tenta emplacar o nome do ex-deputado distrital Chico Floresta, um dos fundadores do PT no Distrito Federal. A nomeação de Floresta, segundo o Estado apurou, é o plano B, já que a primeira opção de Marina, o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Paulo Lacerda, ouviu um apelo do ministro da Justiça, Tarso Genro, para continuar no cargo.
Enquanto as ministras disputam a indicação no Ibama, a crise se agrava. Ontem, houve nova ameaça de demissão coletiva no órgão, agora dos superintendentes regionais. Eles são contrários à divisão do Ibama e hoje se reúnem com Marina.
Na sexta-feira, o governo editou uma medida provisória que dividiu o Ibama ao meio, com a criação do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade. A nova autarquia também não tem comando definido - a expectativa é de que a ministra faça o anúncio hoje.
Segundo fontes ligadas a Marina, a situação está fora do controle e não haverá surpresa se nenhum dos cotados for nomeado no Ibama.
Ontem, em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente, na Câmara, houve protestos de servidores. Hoje, os funcionários, em estado de greve, programaram uma manifestação no Congresso e divulgarão uma carta aos parlamentares.
ELETROBRÁS
O PT, que perdeu espaço para aliados na reforma ministerial, depois assistiu ao fatiamento do Ibama e ainda foi derrotado pelo PMDB na disputa pela presidência de Furnas, agora tenta levar adiante o projeto de fortalecimento da Eletrobrás.
“A Eletrobrás seria a jóia da coroa. E a hora de implementar o projeto é agora”, afirma o deputado Jorge Bittar (PT-RJ), da Comissão de Minas e Energia.
No fim do ano, o presidente Lula pediu um estudo sobre eventuais mudanças na Eletrobrás, com o objetivo de dar-lhe formato parecido com o da Petrobrás e atrair investimentos privados. Politicamente, a empresa ganharia importância e os petistas, então, reivindicariam os postos de comando.
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