BBC Brasil / Estadão Online
26/05/2007
A China passa pela pior seca dos últimos 60 anos. Mais de 1,6 milhão de pessoas estão sofrendo com a falta de água no norte, oeste e em algumas localidades centrais.
Ao mesmo tempo, nos últimos dias, chuvas fortes na região de Sichuan mataram 21 pessoas e forçaram a evacuação de outras 112 mil. Serviços de emergência buscam 11 desaparecidos.
Segundo cientistas, o tempo estranho está associado às mudanças climáticas desencadeadas pelo efeito estufa.
Recentemente, o chefe do serviço de meteorologia da China, Qin Dahe, disse à BBC que a seca chinesa está diretamente relacionada ao problema do aquecimento global.
Seca - A província de Ganzu, no noroeste do país, é a mais afetada. Segundo as autoridades locais, mais de 900 mil pessoas estão sem água potável e 1,4 milhão de hectares de plantações secaram.
Não chove há mais de dois meses nas cidades de Qingyang, Pingliang e Tianshui, segundo informações da agência de notícias Xinhua.
Na localidade mais atingida, Qingyang, os residentes têm de pagar de 80 a 110 yuan (R$20 a R$ 28) pelo metro cúbico de água.
Nesta área, 80 mil hectares de lavoura morreram e outros 100 mil nem chegaram a ser semeados por falta de irrigação.
O governo local está considerando criar chuva artificialmente para aliviar a falta de umidade.
Enchente - A província de Sichuan enfrenta simultaneamente seca e enchente.
Em 72 municípios da região, não chove há quase um mês, segundo Zuo Xiong, vice-secretário local de meteorologia.
Até este fim de semana, 760 mil pessoas e 810 mil animais estavam sem acesso à água, de acordo com as autoridades da rede de abastecimento.
Em contraste com a aridez do resto da província, as cidades de Ganzi e Liangshan sofreram com as fortes chuvas na quarta e quinta-feira.
Nestas localidades e em outros municípios na província vizinha de Chongqing, mais de 2,3 milhões de pessoas foram afetadas pela enxurrada que causou enchente e desabamentos.
Até o momento, foram confirmadas 21 vítimas fatais e 11 pessoas permanecem desaparecidas.
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