sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Governo divulga lista dos veículos mais poluidores vendidos no Brasil

Fonte: Folha Online, por Lorenna Rodrigues

O Ministério do Meio Ambiente divulgou nesta terça-feira uma lista que pontua os veículos vendidos no Brasil de acordo com o grau de emissão de gases poluentes. Os 402 carros --todos produzidos em 2009-- receberam pontuação de uma a cinco estrelas, em que quanto menor a poluição maior a quantidade de estrelas. De acordo com o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), o objetivo é informar o consumidor, para que ele possa fazer uma escolha consciente.

Acesse a lista completa, dos menos poluidores aos mais (em formato PDF)

"Veículos com melhores notas são mais econômicos e o consumidor gasta menos. Ele vai estar poluindo menos, emitindo menos CO2, ou seja, contribuindo menos para o aquecimento do planeta e também gastando menos combustível, fazendo bem para o bolso", afirmou.


Os piores

Pela lista, apenas 22 carros receberam cinco estrelas, todos eles carros flex e com motor de até 1.8 cilindradas. Na outra ponta da tabela, 20 carros receberam apenas uma estrela: todos carros a gasolina e potentes, com motor acima de 2.0 cilindradas.

Entre os menos pontuados estão 10 carros da Citroën, entre eles o Xsara Picaso GXA 2.0 e o C4 2.0. Outros cinco carros são da Peugeot, todos do modelo 407 com motor 2.0.

Completam a lista três carros da Mitsubishi, entre eles o Pajero HPE 3.8. A Volkswagen tem dois modelos do Jetta 2.5 entre os que receberam uma estrela.

Menos poluidores

Entre os carros que receberam cinco estrelas --todos flex-- sete são da General Motors, sendo seis modelos diferentes do Celta 1.0 e 1.4 e o Prisma 1.0. A Fiat tem seis modelos no topo da lista, entre eles o Idea, Palio, Siena e Stilo, todos 1.8.

A Volkswagen teve cinco carros entre os mais bem pontuados, todos modelos do Fox e do Spacefox 1.6. A Citroën tem três C3 1.4 com cinco estrelas e o Ford KA 1.0 completa a lista.

Critério

A pontuação estabelecida pelo ministério é dividida em duas partes: três estrelas representam o nível de poluição relativo ao monóxido de carbono, hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio. Das duas restantes, uma é dada para carros com baixa emissão de CO2 no escape e, a última, apenas para carros flex ou a álcool.

Ou seja, pelo critério, nenhum carro a gasolina pode receber cinco estrelas.

De acordo com o ministro Minc, o critério de pontuação da lista divulgada hoje é mais rigoroso do que lista semelhante divulgada em setembro.

Veja, abaixo, os dez veículos mais poluidores, de acordo com o Ministério:

VW JETTA VARIANT 2.5 (CCC) GASOLINA
VW JETTA 2.5 (CCC) GASOLINA
PSA/PEUGEOT 407 SSD A 2.0 2.0 L GASOLINA
PSA/PEUGEOT 407 SW 2.0 2.0 L GASOLINA
PSA/PEUGEOT 407 2.0 2.0 L GASOLINA
PSA/PEUGEOT 407SW20SA ALL 2.0 L GASOLINA
PSA/PEUGEOT 407SD20SA ALL 2.0 L GASOLINA
PSA/CITROËN PICASSO 20CONF A 2.0 L GASOLINA
PSA/CITROËN PICASSO II 20GLXA 2.0 L GASOLINA
PSA/CITROËN PICASSO II 20EXCA 2.0 L GASOLINA
PSA/CITROËN XSARA PICASSO EXA 2.0 L GASOLINA
Acesse a lista completa, dos menos poluidores aos mais, aqui (em formato PDF).

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Workshop Energia Solar Fotovoltaica Integrada à Edificação

Ocorre na próxima semana, na Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis, o Workshop Energia Solar Fotovoltaica Integrada à Edificação.

O evento tem por objetivo reunir arquitetos, profissionais da construção civil, pesquisadores, representantes do governo e outros agentes para conhecer experiências estrangeiras na área de geração fotovoltaica integrada à edificação (BIPV - Building Integrated Photovoltaic), discutir obstáculos e soluções e fazer articulações.

O workshop será dividido em três partes:
  • Palestras de convidados estrangeiros que abordarão o tema BIPV sob diversos aspectos da sua cadeia produtiva e uma palestra nacional sobre iniciativas no Brasil.
  • Discussão em painel para propor ações visando impulsionar a BIPV no Brasil.
  • Curso básico sobre tecnologias, projeto e instalação de sistemas fotovoltaicos.

As inscrições para as palestras e o curso são gratuitas, mas as vagas para o curso já estão esgotadas. Na ficha de inscrição disponível no site www.cti.gov.br/workshop_bipv é ainda possível fazer inscrição para as palestras (01/12). Não haverá inscrições para a Discussão em Painel (02/12 pela manhã), por ser um evento restrito.

As palestras da próxima terça-feira trazem profissionais da Alemanha, Austrália e Brasil com bastante experiência na área BIPV. Vale a pena conferir:

Deo Prasad, Diretor do Programa de Desenvolvimento Sustentável, Universidade New South Wales, Sydney, Austrália
Aplicações da energia solar fotovoltaica integrada a edificações urbanas - teoria e prática

Tobias Bube, Marketing, Rolf Disch Architecture Office, Freiburg, Alemanha
A energia solar fotovoltaica integrada a edificações urbanas no escritório de arquitetura Rolf Disch

Luis Araujo, Gerente de Contas e Desenvolvimento de Negócios de Exportações, SOLON AG, Berlin, Alemanha
A energia solar fotovoltaica integrada a edificações urbanas sob o enfoque industrial

René Medawar, Gerente de Vendas, Energiebau, Köln, Alemanha
A energia solar fotovoltaica integrada a edificações urbanas sob o enfoque do distribuidor e integrador

Uwe Hupach, Gerente do Grupo Módulos Cristalinos, TÜVRheinland, Köln, Alemanha
A energia solar fotovoltaica integrada a edificações urbanas e a certificação de equipamentos e componentes

Ricardo Rüther, UFSC, Florianópolis, Brasil
Estado-da-arte das aplicações da energia solar fotovoltaica integrada a edificações urbanas no Brasil

Homero Schneider, CTI, Campinas, Brasil
Ações do MCT e CTI para o avanço das aplicações da energia solar fotovoltaica integrada a edificações urbanas no Brasil

terça-feira, 10 de novembro de 2009

INB esconde vazamento de urânio em Caetité (BA)

De acordo com denúncias encaminhadas ao Greenpeace, 30 mil litros de concentrado de urânio podem ter contaminado solo e água dos arredores da mina
Fonte: Greenpeace Brasil, 10/11/2009


Moradores de Caetité (BA) - onde está situada a mina de urânio das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), que abastece as usinas Angra I e II - procuraram o Greenpeace ontem (9/11) para denunciar o vazamento de 30 mil litros de concentrado de urânio. De acordo com informações levantadas pela própria comunidade, o vazamento teria atingido 200 metros de profundidade e pode ter contaminado rios e lençóis freáticos. A operação da mina, ainda segundo os moradores, está suspensa.

Procurada pelo Greenpeace, a assessoria de comunicação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão governamental responsável pela fiscalização das atividades nucleares no país, disse que o vazamento aconteceu no dia 28 de outubro. A assessoria, no entanto, não informou detalhes sobre os impactos e as medidas que serão tomadas. A INB não quis se pronunciar.

“Como nos vazamentos anteriores, esse acidente expõe a fragilidade da segurança nuclear e a falta de transparência dessa indústria. O acidente aconteceu há 13 dias e até agora ainda não há uma posição oficial da INB e da CNEN”, diz André Amaral, coordenador da campanha de energia nuclear do Greenpeace. “A população ainda não sabe a extensão da contaminação do solo, da água e quais os riscos para os moradores da redondeza.”

Essa falta de transparência vem se repetindo em todos os casos de vazamento e outros assuntos relacionados à produção de energia nuclear. No ano passado, o Greenpeace denunciou a contaminação da água de poços localizados em propriedades rurais no entorno da mina de Caetité. Até agora, não foram feitas análises complexas da água na zona de influência da mina e a população continua sem saber a qualidade da água que bebe.

Veja abaixo outros casos de vazamento:

sábado, 24 de outubro de 2009

Desafio Solar: Federais são campeãs, UFRJ nos monocascos e UFSC nos catamarãs

Começa a campanha para o Desafio Solar Brasil 2010
Fonte: Revista Náutica Online, por Gisele Maia, da assessoria do Desafio Solar Brasil

O Desafio Solar Brasil, primeiro rali de barcos movidos à energia solar realizado no país, se encerrou neste sábado (24/10). No acumulado da competição, na classe dos monocascos, o campeão foi o barco Carcará, seguido por Gabriela (ambos do Laboratório de Mecânica da Turbulência – Coppe/UFRJ) e Ipanema (do Grêmio Náutico da UFRJ). Na disputa dos catamarãs venceu Vento Sul (da Universidade Federal de Santa Catarina), seguido por Peixe Galo (do Projeto Grael de Niterói) e Água Viva (do Instituto Náutico de Paraty).

No entanto, na prova do dia o pódio ficou um pouco diferente: liderou a prova na classe dos catamarãs o barco Água Viva. O segundo colocado foi Peixe Galo. O barco Cajaíba ficou em terceiro lugar e a equipe subiu no pódio pela primeira vez.

Entre os monocascos venceu o barco Carcará e Gabriela ficou em 2º. A equipe do Ipanema, que não completou a prova, não subiu no pódio.

O Desafio Solar Brasil foi organizado pelo Polo Náutico da UFRJ e tem o objetivo de estimular o desenvolvimento de tecnologias para fontes limpas e renováveis de energia, articulando centros de pesquisa, bem como divulgar para a sociedade o potencial dessas tecnologias aplicadas em embarcações de serviço, recreio e transporte de passageiros.

O Desafio começa agora

A competição termina hoje, mas o desafio de desenvolver o uso de energia solar no Brasil está apenas começando. Ontem, após a premiação do dia, os membros das equipes se reuniram na tenda principal do evento para o debate “Desafio Solar Brasil – experiências, dificuldades e soluções”. Durante a conversa, um consenso: para que de fato haja impacto e desenvolvimento de pesquisas, o evento preciso ser anual.

Da reunião de ontem, saiu uma comissão para a organização do Desafio Solar Brasil 2010, com representantes das diversas instituições que participam da competição. A comissão deve se reunir já na primeira quinzena de novembro, em local e data a serem confirmados.

Mapa interativo mostra mundo com 4 graus a mais

Fonte: Revista Página 22, em Blog da Redação

O governo britânico encomendou ao Met Office, agência climática do país, um mapa que revela os impactos decorrentes de um aumento da temperatura mundial em 4°C, e as suas consequências na natureza e em atividades humanas.

O internauta pode escolher os impactos que pretende analizar de cada vez. As seções compreendem consequências da temperatura em incêndios florestais, plantações, disponibilidade de água, aumento dos níveis dos mares, vida marinha, secas, geleiras permanentes, ciclones tropicais, temperaturas extremas e saúde.



O mapa foi criado a partir de cenários socioeconômicos desenvolvidos pelo Painel Intergovernamental em Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) e revela que o aumento da tempratura média em 4ºC não seria uniforme em todo o mundo. No Brasil, a temperatura aumentaria entre 5°C no litoral e 8°no interior do País, o que refletiria diretamente no risco de incêndios florestais que, além de mais frequentes, seriam mais difíceis de controlar.

O objetivo global, conforme recomendação do IPCC, é manter o nível de aquecimento em no máximo 2ºC, mas aqui e ali pipocam analistas que dizem ser essa uma missão quase impossível.

O Reino Unido é um dos países que mais se esmera em criar um senso de urgência. O ministro das relações exteriores, David Miliband foi categórico: “Não podemos lidar com um mundo de 4ºC”. E poucos dias atrás, o premier Gordon Brown afirmou que a Conferência do Clima em Copenhague (faltam 44 dias) “é a última chance para o mundo”.

Carros movidos a energia solar se alinham para prova diferente

Fonte: Folha de São Paulo / Reuters, 24/10/2009

Com uma frota de veículos semelhantes a grandes insetos, espaçonaves e painéis solares, amantes de automóveis e fabricantes de todo o mundo se juntaram no norte da Austrália para uma corrida diferente.

Conhecido como o Desafio Verde Global, carros movidos a energia solar e ambientalmente eficientes partem neste sábado para uma corrida de 3.000 quilômetros pelas florestas, desertos e planícies costeiras da Austrália, tudo em nome do meio ambiente.

Uma frota de cerca de 38 carros movidos a energia solar de 17 países, desenhados principalmente por estudantes de engenharia, vão levar cerca de uma semana para ir de Darwin a Adelaide, em evento que é realizado a cada dois anos desde 1987.

Pela primeira vez também há uma segunda categoria, o Eco Challenge, na qual 17 carros de dez fabricantes competirão em veículos ambientalmente corretos e que estão à venda ou estarão em breve, para provar qual é o mais eficiente em termos da queima de combustível.

"Acreditamos que os carros com energia solar foram pioneiros em uma variação de avanços tecnológicos, mas eles não são carros de estrada na prática," afirmou o porta-voz do evento, Mike Drewer.

"Mas agora, com o mundo procurando por soluções práticas, há veículos alternativos sendo feitos por grandes fabricantes, que são mais eficientes em termos de combustível e fazem menos emissões," acrescentou.

O Eco Challenge tem carros da Tesla, Ford, Kia, Honda, Hyundai, BMW, Skoda, Suzuki, Holden e HSV.

Drewer espera que a atenção permaneça mais no desafio de carros movidos a energia solar, com sua frota única de estranhos veículos que enfatizam a pesquisa e o progresso no desenvolvimento da tecnologia.

"A corrida solar é única porque cruza um continente inteiro e se tornou um pináculo para carros solares," afirmou.

Por exemplo, o modelo da Universidade de New South Wales, na Austrália, o Sunswift IV, tem três rodas, é feito de fibra de carbono e pode alcançar 115 km/h usando apenas 1.300 watts, o mesmo usado para tostar duas fatias de pão.

Drewer espera boas performances de carros da Universidade de Michigan (EUA), da Universidade de Cambridge (Grã-Bretanha) e de alguns concorrentes japoneses.

Também participam modelos da Bélgica, Turquia, Alemanha, França, Malásia, Suíça, Índia, Canadá, Irã, Taiwan, Grécia e Cingapura.

Clique aqui para ir ao site do evento.

domingo, 4 de outubro de 2009

Clima e Rock’n'roll

Fonte: Revista Página 22, em Blog da redação

Lembram do que Michael Jackson fez com a música We Are the World, reunindo vários músicos para apoiar a causa da infância na África? A mesma estratégia está sendo usada agora pela causa climática.

A campanha TicTac internacional reuniu gente como Lily Allen, Fergie, Duran Duran, Scorpions e outros numa excelente regravação da música Beds are Burning, do grupo australiano Midnight Oil. A escolha não poderia ser melhor já que a música, composta em 1987, tem uma forte inspiração ambiental assim como boa parte do repertório da banda, reconhecida pelo ativismo em prol do meio ambiente e dos direitos dos aborígenes.

O vocalista Peter Garrett, aliás, é atual ministro do meio ambiente na Austrália. O clipe tem efeitos muito interessantes, como fazer os músicos aparecem em cartazes e billboards mimetizando a campanha de alerta pelas mudanças climáticas que se vê por aí. E conta até com a participação especial de Kofi Annan, ex-secretário geral da ONU. O vídeo vai aí abaixo.

Justiça suspende mina de fosfato em SC

Fonte: Estadão, 29/09/2009

A Justiça suspendeu ontem (28/9) a licença ambiental prévia que autorizava a Indústria Fosfatos Catarinense (IFC) a iniciar o processo de instalação de uma mina de fosfato em Anitápolis (SC). Baseando-se no princípio da precaução, a juíza federal Marjôrie Freiberger Ribeiro da Silva proibiu o órgão ambiental, a Fatma, de autorizar o corte de Mata Atlântica até que seja dada a sentença final.

A ação civil pública foi movida pela organização não-governamental Associação Montanha Viva contra as empresas Bunge e Yara Brasil Fertilizantes, donas da IFC.

Reportagem do [Jornal O] Estado [de São Paulo] publicada em 20 de setembro relatou o polêmico projeto de construção de uma mineradora de fosfato em Anitápolis, a maior obra em discussão no Estado [de Santa Catarina]. O texto mostrou como a mina que prevê produzir 1,8 milhão de toneladas de fosfato tem gerado críticas em uma região voltada para a agricultura familiar.

Na liminar, a juíza Marjôrie afirma que "há fundado receio de grave lesão ao meio ambiente se o licenciamento ambiental prosseguir". "Não será plausível imaginar o esgotamento da água natural e a desertificação da região ao final de 33 anos de consumo ininterrupto pelo empreendimento? Não será provável que o desmatamento implique dizimação total das espécies vegetais e animais ameaçadas de extinção?", indagou a juíza.

A juíza Marjôrie questionou a falta de publicidade do empreendimento, a construção de uma linha de transmissão de energia exclusiva para a IFC e o risco ambiental sobre a Bacia Hidrográfica do Braço do Norte. A empresa IFC foi procurada pela reportagem, mas preferiu não se pronunciar enquanto não tiver ciência da íntegra da liminar. Também não foi possível localizar um representante da Fatma.

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Leia também:
* Ibama quer a suspensão da licença ambiental concedida para Bunge e Yara extrairem fosfato na Mata Atlântica
* Reportagem publicada na Revista Época
* Mapa com a região de Anitápolis

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Qual é o potencial de danos graves e irreversíveis dos transgênicos?

As imperfeições da técnica de inserção de genes podem gerar modifi cações perigosas a longo prazo.
Fonte: "Transgênicos: A verdade por trás do mito", Greenpeace Brasil


Os defensores da engenharia genética alegam que o processo é preciso, devido à exatidão de quais genes são adicionados, e que, por esta razão, seus efeitos podem ser previstos.

No entanto, na prática, o processo é incontrolável. Novas pesquisas científicas mostram que a função dos genes é muito mais complexa do que se imaginava:

• A posição onde genes são inseridos é feita ao acaso – outros genes podem ser rompidos e suas funções alteradas;

• Muitas cópias dos genes podem ser integradas, fragmentos adicionais inseridos, seqüências de genes rearranjados ou suprimidos – o que pode resultar na inativação de genes, instabilidade ou interferência em outra função do gene;

• Um gene não codifica somente uma função. Descobertas feitas por estudos como o do genoma humano demonstraram que há muito menos genes em organismos superiores do que se previa anteriormente. Foram encontrados de 30 a 40 mil no homem em vez dos 120 a 140 mil imaginados. Isso significa que genes ou partes de genes, podem estar envolvidos em diferentes funções, dependendo de como são transcritos e quais outros genes estão envolvidos. Essa descoberta enfraquece a suposição de que se um gene com uma função conhecida for a adicionado, ele irá se comportar, na prática, de uma única forma.

• Um pacote de genes é introduzido onde não há precedentes evolucionários. A introdução de genes vem de uma mistura de espécies que nunca foram reunidas antes. O comportamento e a interação dos genes inseridos, ao longo do tempo, em um genoma complexo, são desconhecidos.


MUDANÇAS PERMANENTES

A falta de previsão dos efeitos ao longo do tempo é a conseqüência da complexidade da transgenia. Uma vez liberado no meio ambiente, não será mais possível recolher o organismo vivo. A provável irreversibilidade do impacto do organismo geneticamente modificado é atribuída à capacidade de reprodução dos seres vivos: se os transgênicos cruzarem com espécies selvagens semelhantes, mudanças genéticas podem ser incorporadas no código genético natural e alterar o caminho da evolução de forma irreversível.

O cruzamento entre duas plantas transgênicas diferentes nas lavouras pode criar uma planta desconhecida. No Canadá, a canola (colza) transgênica resistente ao agrotóxico glifosato cruzou com a canola transgênica Liberty Link, resistente ao agrotóxico gluofusinato, e em seguida cruzou com a canola não transgênica Clearfield, resistente ao herbicida do grupo imidazolinona. Isso criou uma super erva daninha jamais imaginada pelos cientistas, que é combatida por um produto químico extremamente tóxico chamado 2,4 D.

Salvem (antes de tudo) o pequeno agricultor!

Fonte: Blog Gatronómicas, por Joyce Galvão

O questionamento sobre os alimentos transgênicos continua em voga, afinal, será que eles substituirão os alimentos “naturais”?

Se pensarmos nos acontecimentos e em suas previsões a resposta mais evidente seria um grande sim, ainda mais quando lhes digo que o crescimento desse tipo de produção tem ocorrido em um ritmo consideravelmente alto. Mas esses cultivos de transgênicos que estão sendo desenvolvidos, eles afetam outros cultivos fazendo com que as espécies originais acabem desaparecendo?

Há alguns dias, o CSIC (Conselho Superior de Investigações Científicas) iniciou um ciclo de debates científicos sobre temas atuais, como radiofreqüência, mudança climática, energia nuclear e alimentos transgênicos. Em respeito aos alimentos transgênicos, a finalidade do debate era clarear um pouco mais a ideia da população sobre a modificação genética dos alimentos, oferecendo informações que pudessem esclarecer algumas dúvidas. Em um vídeo encontrado no YouTube é possível assistir uma entrevista com Fernando González Candelas, científico do grupo de genética evolutiva do Instituto Cavanilles de Biodiversidad y Biología Evolutiva da Universidade de Valência (que vem desenvolvendo uma série de bons projetos para a alimentação).



Segundo Candelas existe sim a possibilidade (reduzida) de que os alimentos transgênicos afetem os demais cultivos, contudo isso não ocorre ainda. Esses alimentos poderiam acabar com a espécie original somente a nível industrial, ou seja, esse tipo de alimento oferece características atrativas aos agricultores, como uma maior produção e rentabilidade (mundo capitalista) e por isso o cultivo de transgênicos poderia ocupar o lugar dos demais alimentos “tradicionais”.

O movimento do Slow Food, que há vários anos tenta recuperar os alimentos que se encontram em vias de extinção e a FAO (Food and Agriculture Organization) com a Comissão de Recursos Genéticos para a Alimentação e Agricultura, lutam juntas a favor de uma maior diversidade alimentar para que uma alimentação para futuras gerações seja garantida.



Infelizmente nos encontramos em uma época em que tentamos recuperar a riqueza e variedade de milhares de alimentos antes encontrados em nossa mesa em abundância, aos quais não demos os devidos valores. Estudiosos indicam que é necessário esse retorno às antigas produções e que a indústria utilize estes alimentos que se encontram já em esquecimento, para assim aumentar a produção de produtos tradicionais evitando o crescimento de alimentos modificados geneticamente.

Mas não adianta culpar apenas a indústria. Os consumidores, ou seja, NÓS, que devemos marcar as tendências de consumo, e como dever consumir alimentos antes esquecidos permitindo uma recuperação muito mais rápida e eficaz.

Ainda restam muitas questões a serem tratadas sobre esse tipo de alimento e principalmente como faremos para não só recuperar o setor agrícola mas também para suprir a necessidade de bilhões de pessoas. A possibilidade que exista uma contaminação genética, por mais remota que seja, existe e pode provocar a disseminação da espécie. Será que os agricultores ditos “ecológicos” serão obrigados a abandonar seus cultivos?

Revolução tripla

Em florestas, desertos ou mares, o mundo coleciona significativos exemplos para melhorar a produção de alimentos e de energia, sem prejudicar o ambiente
Fonte: Revista Página 22, por Ignacy Sachs

A revolução verde dos meados do século passado trouxe um avanço significativo da produtividade agrícola, graças a uma combinação de sementes selecionadas com quantidades cada vez maiores de adubos e pesticidas (com impactos ambientais negativos) e aos progressos da irrigação. Vale dizer que ela favoreceu em escala mundial a minoria dos produtores que dispunham de recursos financeiros próprios e de subsídios públicos para adquirir os insumos, marginalizando as populações rurais pobres, sobretudo as dos países do Sul. Várias nações industrializadas passaram a produzir alimentos em quantidade bem superior às suas necessidades internas, exportando o excedente a preços altamente subsidiados, arruinando assim os produtores dos países periféricos.

O conceito de revolução duplamente verde, assim chamada por pesquisadores franceses, surgiu em oposição à primeira revolução verde, buscando maior harmonia com a natureza e adequação das tecnologias às possibilidades do pequeno agricultor familiar. Esta revolução dupla está em marcha. No entanto, convém acelerá-la e adequá-la às urgências do momento para fazer face ao duplo desafio das mudanças climáticas deletérias, iminentes e em parte irreversíveis, e ao déficit agudo de oportunidades de trabalho decente. Devemos enfatizar a necessidade urgente de parar todo e qualquer desmatamento e encorajar o plantio de mais árvores – a melhor maneira de sequestrar e armazenar o carbono nas plantas e no subsolo: reabilitando as matas ciliares, restaurando os ecossistemas florestais nas áreas de proteção ambiental, ampliando as plantações arbóreas de espécies úteis (chamadas de “florestas plantadas” impropriamente, por não terem a biodiversidade das florestas), adensando as florestas nativas com espécies úteis, plantando ao longo das estradas e ruas árvores de sombreamento e ornamentais, sem esquecer o sombreamento dos pastos.

Ao mesmo tempo, devemos envidar esforços para aproveitar para fins produtivos os espaços desérticos, de maneira a reduzir a pressão sobre os solos agricultáveis e a floresta. À primeira vista, trata-se de uma tarefa difícil. No entanto, nos últimos anos, surgiram vários projetos espetaculares visando o aproveitamento dos espaços desérticos para a produção da energia solar e eólica, a exemplo do Desertec, pilotado pela União Europeia, um conjunto de usinas solares no Saara que pretende produzir eletricidade para abastecer a Europa, instalando, ao custo de 400 bilhões de euros, uma capacidade de 100 gigawatts, o suficiente para abastecer o Brasil por seis meses (Veja, de 22 de julho). Segundo certas estimativas, uma área de 84 mil quilômetros quadrados de usinas de energia solar fototérmica daria para abastecer o mundo.

A China também está pensando grande, com a instalação de enormes unidades eólicas no Deserto de Gobi. Neste momento, estão sendo implantados seis gigantescos projetos de energia eólica, cada um com capacidade superior a 16 grandes usinas termoelétricas a carvão (The New York Times/Le Monde, de 1º de agosto).

Vale a pena lembrar ainda o projeto chamado The Sahara Forest Project – um conjunto de estufas que produz biomassa ao captar os gases dos poços de petróleo e utilizar água de mar dessalinizada com energia solar. Segundo a revista Dinheiro Rural, de julho de 2009, a Syngenta, um gigante do agronegócio, acaba de criar um centro de pesquisas na região desértica de Arica, no Chile, para trabalhar, entre outros projetos, com espécies de plantas adaptadas ao estresse hídrico. Outra fronteira para avançar, sempre com o propósito de diminuir a pressão sobre os solos agricultáveis, são os espaços marinhos, a complementação da revolução duplamente verde com uma revolução azul. Continuamos ainda a depender excessivamente da pesca (ou seja, da caça a animais aquáticos) e não da criação de peixes, moluscos e crustáceos. A sobrepesca resultou no massacre de algumas espécies.

Porém, dispomos ainda de um grande potencial de criação de animais aquáticos em condições sustentáveis, se forem respeitadas regras ambientais de manejo. As experiências altamente negativas de criação em grande escala de camarões nas Filipinas e no Equador, e ultimamente em fazendas de salmão no Chile, devem servir de lição. O aproveitamento de algas para fins energéticos é mais uma vertente da revolução azul com perspectivas brilhantes a médio prazo. Certas algas dobram a sua biomassa em um dia e têm um alto teor de óleo, podendo produzir cem vezes mais óleo por hectare ao ano do que a soja e dez vezes mais do que o dendê.

CTNBio libera plantio de mais três tipos de milho transgênico

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança aprovou a comercialização de mais três variedades de milho transgênico.
Fonte: Pulsar Brasil

Os novos milhos geneticamente modificados que vão entrar no mercado são das empresas Monsanto e Syngenta.

Agora, serão nove variedades transgênicas de milho liberadas para comercialização, mas de acordo com a Agência Chasque, a comercialização começa em 2010.

Independentemente da data em que os milhos começem a ser comercializados a nova liberação agrava um problema já existente.

No sul está entrando em curso o plantio de nova safra de milhos transgênicos. E os agricultores estão preocupados com a contaminação pelo pólen ou mistura de sementes e grão.

Orçamento de carbono global é necessário para conter mudanças climáticas, diz relatório da Rede WWF

Fonte: WWF-Brasil

Bangcoc, Tailândia – Novo relatório da Rede WWF, lançado hoje em Bangoc durante a rodada de negociações climáticas das Nações Unidas, revela que um rigoroso orçamento global de carbono, dos dias atuais até 2050, baseado em uma justa distribuição entre nações ricas e em desenvolvimento, pode impedir drásticas alterações climáticas e manter o aumento da temperatura bem abaixo de 2ºC.

Intitulado “Compartilhando esforços em um orçamento global de carbono” (Sharing the effort under a global carbon budget, em inglês), o relatório, fruto de pesquisas, cálculos e análises realizados pela consultoria Ecofys, apresenta diferentes formas de cortar as emissões globais em pelo menos 80% até 2050, e em 30% até 2030, em comparação aos níveis de 1990.

De acordo com essa análise, o orçamento de carbono total (a quantidade de emissões globais de gases do efeito estufa toleráveis ao longo de um período de tempo) tem de ser definido em aproximadamente 1.600 gigatoneladas de CO2 equivalentes, para o período entre 1990 e 2050.

Como uma grande parcela destes gases já foi emitida globalmente, o balanço da atualidade até 2050 é reduzido para 970 gigatoneladas de CO2 equivalentes – o que não inclui as emissões oriundas do desmatamento e degradação florestal e a retirada de gases da atmosfera em função do crescimento e regeneração de florestas ao redor do planeta.

Métodos

Para se reduzir as emissões, o relatório indica três diferentes caminhos, com a descrição de três métodos diferentes que podem ser aplicadas na justa e equitativa distribuição dos ônus e benefícios do orçamento global de carbono.

(i) O GDR, ou Direitos de Emissão de Gases de Efeito Estufa por Nível de Desenvolvimento, indica que todos os países precisam reduzir as emissões abaixo do nível da tendência de crescimento atual com base em suas emissões per capita, limites de pobreza e PIB (Produto Interno Bruto) per capita.

(ii) C&C, ou Sistema Contração e Convergência, indica que as cotas per capita convergem do nível atual de cada país para um nível igual para todos os países dentro de um determinado período.

(iii) O CDC, ou Sistema Convergência Comum, mas Diferenciada, indica que as emissões per capita dos países desenvolvidos convergem para um patamar igual para todos os países, e dos outros países convergem para o mesmo nível quando suas emissões per capita atingirem uma média global.

O relatório diz que, até 2050, o método GDR determina que as nações desenvolvidas (países listados no Anexo I do Protocolo de Kyoto) reduzam as emissões coletivamente em 157%. Considerando que não podem cortar emissões domésticas em mais de 100%, precisarão financiar as reduções de emissões em outros países para alcançar seu total.

Caminhos para nações em desenvolvimento - Os diferentes métodos oferecem diversas opções para os países não listados no Anexo I. Embora o GDR permita um aumento para a maioria dos países em desenvolvimento, ao menos no período inicial, os dois outros métodos dão menos margem para o aumento das emissões. Por exemplo, pelas metodologias C&C e CDC, até 2050 ao Brasil caberia fazer uma redução de pelo menos 73%, a China de 70% e a Índia, entre 2 e 7%, em comparação com 1990.

Os países mais pobres teriam permissão para continuar a aumentar as emissões até pelo menos 2050 segundo o sistema GDR, mas seriam obrigados a reduzir após 2025 se as outras duas opções de distribuição fossem adotadas.

Entretanto, atualmente não é possível considerar, nos diferentes métodos de análise, o papel das emissões de gases do efeito estufa associadas ao desmatamento e a degradação florestal e a retirada de gases da atmosfera em função do crescimento e regeneração de florestas. Isso ocorre pelo elevado grau de incerteza sobre o comportamento desse e de outros ecossistemas no balanço de carbono. O estudo assume valores totais para estes dois fatores, onde as emissões relacionadas a florestas diminuem ate 2020, chegando a zero e o sequestro de carbono da atmosfera passa a acontecer a partir de 2030.

"Entender o papel da vegetação tanto na sua dimensão espacial como temporal no balanço total de carbono é essencial para países com vastas extensões florestais, como o Brasil, Rússia e Estados Unidos" afirma o Superintendente de Conservação do WWF-Brasil, Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza, completando: "A inclusão de florestas nestas análises poderia modificar a distribuição das reduções entre os países. É uma possibilidade relevante para quem tem emissões ou remoções elevadas neste setor, mas requer melhorar significativamente a qualidade das informações através da implementação de redes de pesquisa ecológicas de longo prazo sobre a ciclagem do carbono e do lançamento de satélites capazes de mapear fontes e sumidouros de carbono nos ecossistemas como o Observatório Orbital para o Carbono que infelizmente não conseguiu entrar em orbita em fevereiro passado".

Cinzas do carvão viram concreto ecológico

Fonte: INFO Online, por Paula Rothman, 01/10/2009

Bloco de 2268 quilos feito com o geopolímero

Pesquisadores usam as cinzas geradas pela combustão de carvão como matéria-prima para concreto ecológico.

Na Universidade Louisiana Tech, um grupo criou um polímero de concreto inorgânico, ou geopolímero, a partir de um dos resíduos industriais mais abundantes no planeta.

O material feito de cinzas da combustão que pode virar alternativa verde para construção civil, substituindo o concreto convencional que, de acordo com os pesquisadores, é responsável pela liberação de 5% a 8% de todo o CO2 gerado por humanos.

Além de reduzir as emissões, o novo material seria mais durável e resistente, aguentando melhor efeitos da corrosão e de altas temperaturas – ele suporta mais de 1300º C.

Outra vantagem do material seria o fato dele reutilizar um resíduo que, normalmente, seria depositado em áreas de descarte, possivelmente contaminando a região.

Em todo seu ciclo de vida, o geopolímero reduz em 90% as emissões de gases do efeito estufa de comparado ao concreto convencional.

O produto será oficialmente apresentando na Conferência Energy Systems, realizada em 5 de novembro.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Biocombustível de algas sacrifica peixes

Fonte: Blog Planeta Sustentável, 31/08/2009


A produção de biocombustível a partir de algas marinhas é uma tendência que está ganhando cada vez mais força nos EUA. O processo tem sido considerado, por muitos pesquisadores, uma das alternativas de energia limpa mais promissoras para o futuro. Isso porque o combustível de algas não afeta a agricultura – pois é cultivado em áreas sem utilidade para a lavoura de alimentos – e, ainda, rende 30 vezes mais do que outras matérias-primas utilizadas na produção de biocombustível.

Mas as empresas que investem nessa nova tecnologia andam enfrentando um outro problema ambiental: o desperdício de energia elétrica durante a produção do biocombustível. Segundo a LiveFuels – uma das empresas norte-americanas que trabalham com a tecnologia –, para colher as algas e transformá-las em óleo são necessários equipamentos que consomem muita eletricidade.

A fim de esverdear a produção, a LiveFuels resolveu apostar em uma nova forma de fazer biocombustível com algas, mas a ideia não parece ter sido muito brilhante: a empresa anunciou recentemente que usará peixes para fazer a colheita das algas. Depois de se alimentarem, os animais serão capturados e, após fazerem a digestão e transformarem as algas em óleo, os peixes serão abatidos, para que a empresa extraia o biocombustível.

A ideia diminui os gastos com energia e as emissões de carbono, mas também desequilibra o ecossistema marítimo e, por isso mesmo, escandalizou os ambientalistas, que afirmam que a empresa está “trocando seis por meia dúzia”. Mas o porta-voz da LiveFuels não concorda e, quando questionado, disse apenas que “essas associações de proteção aos animais deveriam opor-se à piscicultura convencional, já que ela é bem mais prejudicial ao meio ambiente”.

Dá para acreditar?

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Leia também:
Força das Algas
Biodiesel de algas
"Alga ou gasolina, doutor?"

A China quer ser verde

Fonte: Istoé Dinheiro, por Rosenildo G. Ferreira

Até bem pouco tempo atrás, a China era apresentada como uma das principais vilãs do aquecimento global. Para dar conta de um crescimento econômico no patamar de dois dígitos por ano, o país se transformou em um voraz consumidor de recursos naturais.

Isso fez com que a China entrasse na alça de mira de ecologistas e de organismos multilaterais que debatem formas de reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2). Sem dúvida, estavam todos certos.

Com uma política energética fortemente ancorada em termelétricas movidas a carvão, a China ganhou o nada honroso título de uma das nações mais poluídas do planeta. Boa parte de sua população, que atinge a cifra de 1,3 bilhão, tem de usar máscara cirúrgica para sair às ruas, tamanha é a presença de agentes tóxicos na atmosfera.

Na terça- feira 22, o presidente chinês, Hu Jintao, subiu à tribuna da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, para dizer ao mundo que essas imagens, no que depender do governo, ficarão confinadas no passado. O discurso agradou aos ecologistas do Greenpeace e do WWF. Alguns números indicam, pelo menos oficialmente, que a China está realmente apostando em um futuro sustentável.

Um bom exemplo disso é o crescimento da geração de energia eólica. Nos últimos quatro anos, o país superou a Alemanha neste quesito e já disputa a liderança mundial com os Estados Unidos. Essa modalidade garante a produção de 12 gigawatts, montante equivalente à usina hidrelétrica de Itaipu, no Brasil. Até 2020, o governo chinês espera colocar em funcionamento a maior plataforma de energia verde do planeta.

Para isso, anunciou que está disposto a gastar US$ 140 bilhões em projetos de energia alternativa: eólica, solar e biomassa (por meio da queima controlada de insumos e sobras da produção agrícola), além de usinas atômicas. Uma verba fantástica que tem o poder de movimentar, em escala global, os fabricantes de insumos para esses setores por um longo período.

Os projetos já conhecidos apontam para recordes dignos do padrão chinês. A planta de energia solar que será instalada no deserto de Ordos, na Mongólia, vai consumir US$ 6 bilhões. Os críticos da fúria sustentável chinesa podem argumentar que é sempre mais fácil tocar obras em um país onde o debate político é próximo de zero.

Mas isso não invalida a qualidade da opção verde feita pela China. Enquanto os Estados Unidos emitem sinais dúbios sobre seu comprometimento em relação ao aquecimento global, a China avança. E nessa marcha vai desenhando um futuro impensável até bem pouco tempo atrás. É certo que a situação para quem caminha pelas ruas da capital, Pequim, ainda não está, digamos, verde. Cerca de 80% das necessidades energéticas do país são supridas por combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural).

A cada semana é inaugurada uma usina termelétrica movida a carvão no país. Mas o cenário vislumbrado por ecologistas a médio e longo prazos se mostra bem melhor quando comparado ao do início da década. No auge da crise financeira global, em 2008, o governo chinês intensificou os investimentos na chamada economia verde.

Foram liberados recursos para projetos de despoluição de rios, tratamento de água e esgoto, troca de lâmpadas incandescentes por diodos emissores de luz (LED, da sigla em inglês) e até mesmo o cultivo e o plantio de árvores. Somente neste último quesito serão gastos US$ 514 milhões. Pelo visto, a China mudou e pretende passar de vilã a mocinha no debate sobre o aquecimento global.

Força das algas

Fonte: Fiat Mio, por Inspirador


Muito além daquela casquinha crocante do seu temaki, as algas podem se tornar uma das grandes fontes de combustível para o século 21. As plantas marinhas são a forma de vida mais abundante no mundo, possuem grande capacidade de absorver gás carbônico (o que minimiza o efeito estufa) e resistem a quase todos os tipos de interpéries. Ao realizar fotossíntese, elas produzem um óleo da família dos lipídeos que é refinado para tranforma-se em hidrocarbonetos, compostos com propriedades de combustão semelhantes ao do petróleo mineral.

Quem diz isso não sou eu ou o Greenpeace, mas as maiores petrolíferas do mundo. Uma reportagem da Época Negócios mostra que Shell, Exxon, Chevron e Petrobras já dedicam centenas de milhões de dólares para encontrar – ou mesmo desenvolver – as espécies de algas mais adequadas para o serviço. Motivo? O tão especulado fim das reservas de petróleo.


Em relação a outros biocombustíveis, como o etanol produzido a partir de cana e milho, as algas têm vantagens: maior produtividade, e não arriscam tomar o lugar do cultivo de alimentos (a não ser que você esteja realmente preocupado com os temakis). Segundo a Solazyme, empresa que acaba de fechar um contrato milionário para desenvolver esse tipo de combustível para a Marinha americana, a partir de 2013 as algas estarão disponíveis para os veículos no mercado, a preços equivalentes à do galão de petróleo. Acredita-se que em 2030 a produção possa substituir 70 bilhões de litros de óleos de origem fóssil.

Pilhas alcalinas ou recarregáveis? Saiba quando utilizar cada uma

Fonte: Gizmodo Brasil, [Len Penzo via Consumerist]

Baterias recarregáveis têm as suas vantagens (ajudar o meio-ambiente, pra começar), mas quando a questão é economizar, o blogueiro de finanças pessoais Len Penzo diz que às vezes as boas e velhas alcalinas são a melhor opção.

Penzo sugere que as recarregáveis nem sempre fazem sentido no custo-benefício, e que é bom saber quando a melhor opção é uma alcalina.

Por exemplo: faz muito mais sentido usar baterias alcalinas em dispositivos que usam pouca energia, como relógios de parede, rádios, detectores de fumaça e controles remotos, porque elas perdem energia a um ritmo bem menor que as recarregáveis.

Penzo também diz para ir de alcalina nas suas pilhas de reserva pra estes dispositivos de baixo consumo. Quanto às recarregáveis, o lance é usá-las somente em "dispositivos de consumo alto ou moderado, e que sejam usados ao menos moderadamente". Controles de videogame, por exemplo.

Dê uma olhada no post dele para mais detalhes sobre qual a melhor pilha para cada ocasião, assim como as diferenças entre os principais tipos de recarregáveis (NiMH, NiCad, Alcalina e Íon-Lítio).

[Clique na imagem abaixo para ver a tabela em tamanho maior]

Mochila solar fotovoltaica

Por Alexandre Montenegro

Adquiri no início deste mês a mochila solar da Voltaic Systems, e resolvi compartilhar aqui no blog a experiência, pois fiquei impressionado com a qualidade dos materiais usados e do acabamento, além da ótima divisão de compartimentos. A grande sacada desse produto é que, enquanto você anda pela rua, a bateria que vem junto com mochila vai sendo recarregada através da energia solar, através dos três módulos fotovoltaicos na parte externa.

Estava aguardando um dia sem nuvens pra testar as características elétricas dos módulos fotovoltaicos que vêm junto com a mochila, mas como aqui em Florianópolis só tem feito dias chuvosos ou nublados, decidi comentar logo o que pude observar até agora. Quando puder, faço os testes para medir o desempenho dos módulos e comento aqui os resultados.



Pois bem, os principais componentes do kit fotovoltaico da mochila são:
- três módulos fotovoltaicos monocristalinos (4Wp),
- uma bateria de íon-lítio (4.400mAh @ 3.6V) com 3 opções de tensão de descarga (3.5, 5.0 ou 7.2 V) e com uma lanterna a led,
- 12 adaptadores para carregar batarias de: celulares de diversas marcas, PDAs, GPSs, iPods, câmeras não profissionais etc. (incluindo adaptadores do tipo isqueiro de carro, USB e micro-USB) - assim, sempre se pode usar o conector padrão para o equipamento cuja bateria se quer recarregar,
- 2 adaptadores para carregar a bateria da mochila diretamente no isqueiro do carro ou na tomada de casa, para períodos longos sem sol.

Há ainda a opção de se carregar uma bateria com tensão de 10V conectando-a diretamente aos módulos fotovoltaicos (sem passar pela bateria da mochila).

Com minha mochila, por enquanto, só precisei carregar a bateria de um celular Nokia. Apesar de ter carregado totalmente a bateria do celular, o contato do conector com o celular não era bom. Entrei em contato com o fabricante e ele imediatamente se prontificou a enviar um novo adaptador, sem custos.

Aproveito para avisar que essa mochila não é adequada para carregar a bateria de notebooks (há outro modelo desse mesmo fabricante para isso).

Para ver outras fotos de usuários da mochila solar e de outros produtos da Voltaic Systems, clique aqui.


adaptadores


bateria íon-lítio (com lanterna led acesa)


bateria no interior da mochila


Para ver outras fotos em detalhe da mochila, clique aqui.

Vídeo sobre a pasta executiva da Voltaic Systems para carregar baterias de notebooks, câmeras profissionais e outros equipamentos eletrônicos portáteis:




Vale a pena conhecer também esses produtos:
7 Portable Solar Laptop Chargers Worth Considering

UFSC comemora 12 anos de produção solar de energia elétrica

Gerador solar fotovoltaico da UFSC que comemora 12 anos de operação ininterrupta [Fotos: Bianca Quadros]

No último dia 16, um projeto da UFSC que inovou na área de geração solar de energia comemorou 12 anos de operação ininterrupta. Trata-se do primeiro gerador solar fotovoltaico do Brasil a ser integrado à arquitetura de prédio urbano e interligado à rede elétrica pública, que foi inaugurado em setembro de 1997. O gerador fotovoltaico converte diretamente energia solar em eletricidade, através dos módulos instalados na cobertura do Bloco A do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC, nas dependências do LABSOLAR, e tem uma potência nominal de dois quilowatts-pico (2 kWp).

O aproveitamento da energia solar para a geração de energia elétrica apresenta um grande potencial no desenvolvimento social, econômico e ambiental do Brasil. Por ser bem distribuída em todo o país, a energia solar é uma fonte para produção de eletricidade que pode atender tanto aos habitantes dos grandes centros urbanos – assistidos pela rede elétrica pública – como às comunidades ou habitações isoladas para as quais a extensão da rede elétrica convencional apresenta custos proibitivos.

Além de utilizar uma fonte de energia renovável, não poluente e silenciosa, ela pode ser integrada a edificações urbanas, se constituindo então em uma usina geradora que não ocupa nenhum espaço adicional nos centros urbanos.

A aplicação da energia solar em edifícios fotovoltaicos apresenta grandes vantagens por situar a geração de energia de forma integrada no meio urbano – quando em regiões assistidas pela rede elétrica pública - e deverá ter uma participação relevante na matriz energética nacional na medida em que seus custos declinem com a produção em grande escala.

Depois da primeira instalação que agora completa 12 anos, a UFSC já implantou vários outros geradores utilizando esta tecnologia limpa. No próprio campus da UFSC, além do gerador mencionado, estão atualmente em operação os sistemas fotovoltaicos interligados à rede elétrica pública instalados nos seguintes locais: Centro de Cultura e Eventos (10 kWp), Hospital Universitário(2 kWp), Colégio de Aplicação (2 kWp) e Centro de Convivência (1 kWp).

Edifícios Fotovoltaicos

Geradores solares fotovoltaicos integrados ao entorno construído e interligados à rede elétrica pública - também conhecidos como Edifícios Fotovoltaicos - vêm crescendo em importância e aplicação em todo o mundo.

Os prédios que utilizam esses geradores são chamados de Edifícios solares fotovoltaicos, pois integram à sua fachada e/ou cobertura painéis solares que geram, de forma descentralizada e junto ao ponto de consumo, energia elétrica pela conversão direta da luz do sol e servem ao mesmo tempo como material de revestimento destas fachadas e coberturas.

Sistemas deste tipo injetam na rede elétrica pública qualquer excedente de energia gerado e, por outro lado, utilizam a rede elétrica como backup quando a quantidade de energia gerada não é suficiente para atender à instalação consumidora. Aliado a isso, o potencial da energia solar fotovoltaica no Brasil é muitas vezes superior ao consumo total de energia elétrica do país. No Brasil, desde o início de sua comercialização, a energia elétrica tem sido fornecida por meio de geração centralizada e complexos sistemas de transmissão e distribuição.

Potencial geração solar x geração hidrelétrica

Para exemplificar o potencial da tecnologia fotovoltaica, a comparação com a usina hidrelétrica de Itaipu é bastante ilustrativa. O lago de Itaipu cobre uma superfície de 1.350 km2, para uma potência instalada de 14 GW e uma produção de energia elétrica que em 2008 foi de 94,7 TWh (corresponde a 22% do consumo de energia elétrica do país).

Cobrindo uma área equivalente com um sistema solar fotovoltaico com eficiência de conversão em torno de 10%, a potência instalada seria de 135 GWp (gigawatts pico) e, em função da disponibilidade de energia solar na região do lago de Itaipu, a quantidade anual de energia elétrica fotogerada seria em torno de 189 TWh (44% do consumo de energia elétrica do país, o dobro da energia gerada por Itaipu).

A comparação serve somente para ilustrar o potencial e naturalmente a proposta não é cobrir o lago da Itaipu com geradores solares. A inovação que vem sendo difundida com os trabalhos da UFSC nessa área é exatamente a geração descentralizada e junto ao ponto de consumo, através da integração dos módulos fotovoltaicos ao entorno construído de ambientes urbanos (telhados e fachadas das edificações), para reduzir investimentos e perdas por transmissão e distribuição, bem como a ocupação desnecessária de área física (1.350 km2, no caso do lago de Itaipu), utilizando-se os telhados das edificações em vez de áreas que podem ter outras finalidades.

Cobrir telhados com módulos solares fotovoltaicos, em vez de que cobrir o lago de Itaipu com os mesmos módulos, apresenta grandes vantagens:
Sociais: por melhorar a qualidade da energia nas pontas de rede e por permitir a substituição de diesel em comunidades não atendidas pela rede elétrica pública;
Econômicas: por reduzir investimentos e perdas de transmissão e distribuição, já que retarda a necessidade de expansão da rede elétrica pública, e
Ambientais: já que a maior inclusão da geração fotovoltaica na matriz energética nacional implica em menor utilização de formas de geração agressivas ao meio-ambiente, como grandes barragens e termelétricas.

Mais informações

O gerador solar fotovoltaico de 2 kWp instalado no Depto. Eng. Mecânica da UFSC inovou por ser o primeiro no Brasil a utilizar, numa instalação deste porte, a tecnologia de filmes finos de silício amorfo. Também foi pioneiro em nosso país na interligação à rede elétrica pública e integração à arquitetura de prédio urbano. Encontra-se em operação e monitoração contínua desde setembro de 1997.

Características:
▫ Local: Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC – Florianópolis, SC
▫ Potência instalada: 2015 Wp (watts-pico)
▫ Área total: 40,8 m²
▫ Início Operação: 16 de Setembro de 1997
▫ Componentes do gerador solar fotovoltaico: 68 módulos (54 opacos e 14 semitransparentes) de filmes finos de silício amorfo de junção dupla; um inversor de corrente contínua (geração solar) para corrente alternada (rede elétrica pública).
▫ Componentes do sistema de aquisição de dados: dois sensores de irradiação solar (plano horizontal e na inclinação dos módulos); dois sensores de temperatura (ambiente e dos módulos); computador dedicado; sistema de aquisição e tratamento de dados; relógio medidor da energia elétrica gerada.

Inovação e benefício social:
▫ Demonstrou, através de estudos desenvolvidos ao longo desses dez anos, a viabilidade técnica e os benefícios sociais, econômicos e ambientais da geração distribuída de energia solar.
▫ Os resultados obtidos nos estudos e publicados em veículos de divulgação científica nacionais e internacionais comprovam que para o nosso país a tecnologia de filmes finos de silício amorfo é a que apresenta melhor performance (energia gerada durante o ano para cada watt-pico instalado) dentre as tecnologias atualmente disponíveis.

É importante salientar que os quatro inversores instalados inicialmente neste gerador solar tiveram uma vida útil de 10 anos, enquanto a previsão era de cinco a seis anos.

Os inversores antigos foram trocados por um único inversor mais moderno em 2008, que permite que os dados de geração estejam disponíveis publicamente na internet para consulta, no site:
www.sunnyportal.com/Templates/PublicPagesPlantList.aspx

ELETROSUL, Instituto IDEAL e UFSC anunciam projeto de gerador solar fotovoltaico de 1MWp

por Alexandre Montenegro

Ocorreu na última sexta-feira (25/9), no auditório da reitoria da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina, a solenidade de lançamento público do projeto ELETROSUL MEGAWATT SOLAR, no qual a Eletrosul, o Instituto IDEAL e a UFSC anunciaram a aprovação de financiamento da ordem de 2,8 milhões de euros por parte do Banco de Fomento Alemão KfW.

O projeto conta também com a parceria da Empresa de Cooperação Técnica da Alemanha GTZ, e da Cooperação Brasil-Alemanha.


Complexo sede da Eletrosul, em Florianópolis. As áreas em azul serão cobertas por módulos fotovoltaicos, sendo que na área P2 um gerador solar com 12kWp já está em funcionamento desde fevereiro deste ano. A área azul maior corresponde à cobertura do edifício-sede da Eletrosul.



Exibir mapa ampliado
Vista aérea do Complexo sede da Eletrosul, em Florianópolis.

Na mesma cerimônia ocorreu também o lançamento do livro “Energia Eólica para Produção de Energia Elétrica”, de autoria de Ronaldo dos Santos Custódio, Diretor de Engenharia da Eletrosul.

O projeto ELETROSUL MEGAWATT SOLAR foi desenvolvido pela UFSC, em parceria com o Instituto IDEAL (Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas da América Latina), para incentivar a produção de energia solar fotovoltaica em prédios públicos federais no Brasil. Pela proposta, uma potência nominal de um megawatt em geradores solares será instalada no complexo sede da Eletrosul, sobre o edifício principal e nas coberturas - a serem construídas - para bicicletários e estacionamentos. Os sistemas vão gerar anualmente, em média, 1,2 GWh, o que equivale ao consumo anual de cerca de 400 residências.

Todos os geradores solares a serem instalados na Eletrosul serão interligados à rede elétrica pública, o que faz com que dispensem o uso de baterias.

O projeto pretende vender a energia gerada para os consumidores livres e especiais interessados em vincular a sua imagem à produção de energia limpa.

Através deste projeto, a Eletrosul, o Instituto IDEAL e a UFSC pretendem dar o passo inicial para incentivar a instalação de geradores solares fotovoltaicos integrados à arquitetura em prédios públicos e privados que ocupam grandes áreas, em diversas regiões do país, com ênfase inicial em aeroportos (Projeto Aeroportos Solares) e estádios de futebol para a Copa do Mundo de 2014 (Projeto Estádios Solares).

O projeto pretende também incrementar a conscientização do público e dos agentes do setor elétrico, preparando o mercado brasileiro para a chegada da competitividade econômica da tecnologia solar fotovoltaica, esperada para a próxima década.

Com a repercussão esperada para as ações desenvolvidas a partir deste projeto, é esperado que se abra o caminho para o estabelecimento de fábricas de módulos fotovoltaicos e componentes associados no Brasil.

O gerador-piloto deste projeto, com 12 kWp, já está em operação desde fevereiro deste ano, e serve atualmente como área de convivência no setor de estacionamentos frontal da Eletrosul (ver fotos abaixo). Está previsto o funcionamento de um bicicletário sob esta cobertura.


Lançamento do livro “Energia Eólica para Produção de Energia Elétrica”

Energia eólica: novo olhar para tema no Brasil

O diretor de Engenharia da Eletrosul, Ronaldo dos Santos Custódio lançou na última sexta-feira (25/9), na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), o livro “Energia Eólica para Produção de Energia Elétrica”. Editado pela Eletrobrás, a obra agrega teoria e prática, fundamental para avançar os estudos e o desenvolvimento da energia eólica, sistematizando em 12 capítulos, parâmetros para projetos de fazendas que utilizam o vento como matéria prima.

Estudos minuciosos sobre terreno e sua influência no vento; os ventos, os aspectos probabilísticos e características; a disposição das máquinas no parque eólico para maior eficiência da usina, tipos de máquinas, critérios para definição das distâncias entre os aerogeradores e estudos de conexão da usina na rede são as linhas mestras do trabalho. A obra oferece valiosa contribuição tanto para especialistas quanto para leigos no assunto.

Ronaldo Custódio é hoje uma das principais referências em energia eólica no Brasil, tendo sido o idealizador do mapa eólico do RS, único que traz medições de ventos extremos (cujas rajadas ocorrem a cada 50 anos, em média). “O livro do engenheiro Ronaldo reúne reconhecida competência técnica e acadêmica, constitui obra do gênero inédita em nosso país. Traça roteiros objetivos das etapas a serem vencidas para a elaboração de um empreendimento de qualidade no setor, além de ser uma importante contribuição para o desenvolvimento e a consolidação dos aproveitamentos eólicos no Brasil”, registra Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil, na apresentação da obra.

Estudos minuciosos sobre os ventos e seus aspectos probabilísticos e características; a disposição das máquinas no parque eólico para maior eficiência da usina, tipos de máquinas, critérios para definição das distâncias entre os aerogeradores e sua disposição no terreno, e estudos de conexão da usina na rede são as linhas mestras deste trabalho. “Creio que a grande contribuição deste livro é o de formar uma literatura nacional sobre o tema, pois tudo o que há está escrito está em outro idioma, em especial inglês e alemão. E tenho certeza que este será um campo muito promissor, uma energia de futuro para o Brasil e para os países, pois o vento é uma grande fonte de energia”, complementa Ronaldo.

A distribuição do livro é gratuita e todas as universidades públicas do país já receberam exemplares. Por se tratar de um livro técnico, foi priorizado o contato com as classes envolvidas, no caso engenheiros e comunidade acadêmica, como forma de disseminar o conhecimento para o estudo da energia eólica no Brasil”.

Para solicitar o livro, entre em contato com a Eletrosul através do formulário disponível neste link, ou pelo telefone: (48) 3231-7000.

Curriculum

Idealizador do Atlas Eólico do Rio Grande do Sul, elaborado pela Secretaria de Energia, Minas e Comunicações do Estado do Rio Grande do Sul (2002), Ronaldo dos Santos Custódio, natural de Santana do Livramento (RS), é graduado em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Santa Maria (1986) e mestre em engenharia elétrica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2002). Empregado de carreira da Eletrosul, Ronaldo é diretor de Engenharia da empresa desde abril de 2008, tendo sido diretor Técnico (17/1/2003 a 27/4/2008) e presidente interino (2/4/2007 a 27/4/2008). É conselheiro do Operador Nacional do Sistema (ONS) e do CEPEL – Centro de Pesquisas de Energia Elétrica.

Obras publicadas: ENERGIA EÓLICA para produção de energia elétrica, 1ª edição, Eletrobrás (2009); Atlas Eólico do Rio Grande do Sul (2002); Parâmetros de Projetos de Fazendas Eólicas e Aplicação Específica no Rio Grande do Sul (dissertação de mestrado, PUC-RS, 2002) e Wind Farm Assessment: Preliminary Study to Rio Grande do Sul Brazil. Eurosun 2002, Bologna, Italy.

Peso da poluição

Fonte: Agência FAPESP, por Alex Sander Alcântara, 28/9/2009

Uma nova pesquisa reforça trabalhos anteriores ao apontar a poluição ambiental como uma das causas do baixo peso em crianças recém-nascidas. O estudo, feito por pesquisadores da Universidade de Taubaté (Unitau), em São Paulo, destacou o papel de poluentes – entre os quais ozônio e dióxido de enxofre – como fatores de risco para o baixo peso de bebês.

Os resultados foram descritos em artigo na revista Cadernos de Saúde Pública, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz.

Os autores do artigo são Luiz Fernando Nascimento, professor do Departamento de Medicina da Unitau, e o aluno de graduação Douglas Amaral Moreira. A pesquisa foi feita no âmbito do projeto “Análise espacial de agravos à saúde no vale do Paraíba”, que tem apoio da FAPESP na modalidade Auxílio a Pesquisa – Regular.

Diferentemente de estudos anteriores, que foram feitos em metrópoles como São Paulo, desta vez o foco foi uma cidade de médio porte, no caso São José dos Campos (SP), que tem cerca de 615 mil habitantes.

A pesquisa apontou que 3,95% dos recém-nascidos apresentaram redução no peso devido aos poluentes, principalmente ao ozônio. Segundo Nascimento, o recorte do estudo considerou apenas mães classificadas como saudáveis dentro dos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Foram usados dados de 2.529 mulheres relativos a 2001.

“O estudo recortou perfis de mulheres entre 20 e 34 anos, que tinham concluído o ensino médio, realizado no mínimo sete exames pré-natal e tiveram gestação entre 37 e 41 semanas, gravidez única e parto normal. Com isso, pudemos saber que o baixo peso não se devia a outras causas”, afirmou.

O estudo usou dados ambientais da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). Foram montados bases da dados com informações acumuladas sobre a exposição trimestral aos poluentes, de modo a permitir um efeito cumulativo e estimar a resposta a cada susbstância.

Para cada dia analisado de ocorrência de nascimentos de bebês com baixo peso, os pesquisadores consideraram os valores totais para os 90 dias anteriores para cada poluente.

De acordo com Nascimento, como o estudo trabalha com população (recorte ecológico) e não com o indivíduo, não há identificação da mãe nem do bebê com baixo peso. “Trabalhamos com dados secundários do Sistema de Informação dos Nascidos Vivos (Sinasc), que apresenta muitas variáveis do registro dos nascidos vivos. Esse registro, no entanto, não traz alguns dados importantes como se a mãe fuma ou não, por exemplo, uma vez que o fumo é um agente importante na gênese do baixo peso”, ressaltou.

Nascimento indica que existe um volume considerável de trabalhos que relacionam a poluição a problemas respiratórios e doenças cardiovasculares, mas que ainda há muito poucos que analisam as possíveis relações com o baixo peso em recém-nascidos.

Um dos trabalhos destacados pelo pesquisador foi coordenado por Nelson da Cruz Gouveia, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina (FM) da Universidade de São Paulo (USP), que indicou que a poluição do ar aumenta em 50% o risco de morte de recém-nascidos na cidade de São Paulo.

O estudo de Gouveia e Andréa Peneluppi de Medeiros, atualmente professora da Universidade de Taubaté, verificou que de uma amostra de 311.735 nascimentos, 4,6% dos recém-nascidos apresentaram menos de 2,5 quilos ao nascer.

Pesquisas importantes e pioneiras na área tem sido conduzidas há duas décadas por Paulo Hilário Saldiva, professor do Departamento de Patologia da FMUSP, que demonstraram, entre outras conclusões, que nos dias mais poluídos morrem mais bebês em gestação na capital paulista.

Saldiva coordenou o Projeto Temático “O impacto das exposições intrauterina e nas fases iniciais do desenvolvimento pós-natal aos poluentes atmosféricos no desenvolvimento de alterações adversas na vida adulta”, apoiado pela FAPESP e concluído em 2008, e atualmente é coordenador do Instituto Nacional de Análise Integrada de Risco Ambiental, um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), que no Estado de São Paulo são apoiados pela FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa - Projeto Temático.

“Estudar o baixo peso nos recém-nascidos é importante porque se trata de um dos principais fatores de risco. Ainda é bastante alta a prevalência dos risco de óbitos no primeiro ano de vida da criança”, disse Nascimento.

Mecanismo obscuro

Nascimento aponta que o mecanismo de atuação da poluição no baixo peso dos recém-nascidos ainda é obscuro. “Temos modelos de análise mostrando como o ozônio atua no trato respiratório, mas muito poucos em relação ao crescimento”, disse.

Mas o estudo lança algumas hipóteses. A poluição por ozônio poderia provocar um aumento na viscosidade do sangue, comprometendo o fluxo sanguíneo na placenta que leva nutrientes para o feto. Ou seja, o efeito do ozônio, que é um oxidante poderoso, pode envolver mecanismos inflamatórios.

“A gravidez é acompanhada por um aumento da ventilação alveolar. E a hiperventilação resulta no aumento da absorção do ozônio, com uma resposta inflamatória e a liberação de produtos de peroxidação lipídica e citocinas. Esses agentes podem afetar a circulação na placenta e colocar em risco o crescimento fetal”, indicou.

O ozônio é um poderoso oxidante que participa nas reações extra e intracelulares, com o envolvimento de importantes enzimas metabólicas. Ele contribui para o agravamento de doenças respiratórias preexistentes e para o aumento de hospitalizações e visitas a emergências durante as crises respiratórias.

“O ozônio é um poluente secundário. Ele é originado da ação da radiação ultravioleta nos poluentes da combustão dos motores de álcool, gasolina e diesel, por exemplo. E a alta concentração é registrada em picos durante o dia, entre 10 da manhã e 4 da tarde. Daí a total contra-indicação de atividade física nesses horários, mesmo em lugares arborizados como parques”, disse Nascimento.

O professor da Unitau conta que a pesquisa prosseguirá de forma ampliada. “Esse estudo foi realizado em um período de um ano. Agora vamos continuá-lo, estendendo o tempo para dois anos”, disse.

Para ler o artigo "Os poluentes ambientais são fatores de risco para o baixo peso ao nascer?", disponível na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP), de Luiz Fernando Nascimento e Douglas Moreira clique aqui.

Ibama quer a suspensão da licença ambiental concedida para Bunge e Yara extrairem fosfato na Mata Atlântica

Anúncio foi feito pelo superintendente substituto do Ibama, Kléber Souza. Segundo ele, o órgão federal não foi consultado e a LAP não poderia ter sido expedida.

Fonte: Jornal NotiSul, por Wagner da Silva, 26/09/2009

Grupos favoráveis e contrários à exploração de fosfato em Anitápolis debateram os prós e contras da atividade pretendida pela Indústria de Fosfatados Catarinense (IFC), de propriedade das multinacionais Bunge e Yara Brasil, duas das maiores empresas de fertilizantes do mundo.
A audiência pública, a primeira na Amurel, ocorreu nesta sexta-feira, em Braço do Norte, e serviu para confirmar como há divergência em torno do assunto e como será difícil chegar a um consenso.

Técnicos da IFC apresentaram, em vídeo, todo o projeto referente à possível implantação da mineradora no município serrano: dados ambientais, projeto de minimização de risco, planos emergências e sociais (profissionalização de mão-de-obra, alojamento de funcionários), entre outros, foram detalhados.
Mas nenhuma outra instituição foi mais criticada do que a Fundação do Meio Ambiente (Fatma). Nenhum representante do órgão compareceu à audiência. Diante disso, as afirmações do superintendente substituto do Ibama, Kléber Souza, ficaram sem resposta.

Ele acusa a Fatma de negligenciar o poder federal. “Em nenhum momento deste processo, o Ibama foi informado. Se houver qualquer postura da empresa que nos ignore, a IFC será multada e terá os equipamentos apreendidos. Para conceder uma autorização, é necessário a nossa participação, porque estamos acima da Fatma. Por isto, solicitamos a suspensão da Licença Ambiental Prévia (LAP), expedida pelo órgão catarinense”, anunciou Kléber.

Encaminhamentos
A audiência pública foi acompanhada por diversas lideranças municipais, inclusive de Anitápolis - onde o empreendimento poderá ser instalado - e Rancho Queimado.
Entre as deliberações, a principal delas é que será agendada uma reunião entre a comissão do meio ambiente da assembleia legislativa e membros de grupos representativos com o ministro de agricultura, Reinhold Stephanes, e do meio ambiente, Carlos Minc, para debater o uso de fertilizantes e investimentos na produção sustentável.


Técnicos da IFC, representantes de grupos e autoridades de vários municípios da Amurel e da serra catarinense participaram da audiência pública a respeito da instalação da IFC.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Dinamarca testa posto solar de recarga de veículos elétricos

Mais parecido com um ponto de ônibus, o E-Move é uma estação de recarga para veículos elétricos, equipada com painéis fotovoltaicos que convertem a energia solar em eletricidade.
Fontes: Gizmodo Brasil e Fiat Mio


Pode esquecer aquele transbordante cheiro de gasolina. No que depender dos entusiastas da energia solar, os postos de combustível do futuro serão como o E-Move, um toldo no estilo ponto de ônibus, com oito painéis fotovoltaicos que poderão produzir até 2.000 kWh anuais.


Idealizado pelo dinamarquês Valentin Runggaldier, o E-Move pode recarregar simultaneamente oito pequenos veículos elétricos como bicicletas, motos e minicarros – veículos maiores certamente demandarão estações mais espaçosas. Segundo o site Inhabitat, o primeiro protótipo já está em testes, e os desenvolvedores planejam vender o produto para governos e clientes privados que queiram operar uma rede de recarga energética, mediante assinatura dos usuários.