sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Salvem (antes de tudo) o pequeno agricultor!

Fonte: Blog Gatronómicas, por Joyce Galvão

O questionamento sobre os alimentos transgênicos continua em voga, afinal, será que eles substituirão os alimentos “naturais”?

Se pensarmos nos acontecimentos e em suas previsões a resposta mais evidente seria um grande sim, ainda mais quando lhes digo que o crescimento desse tipo de produção tem ocorrido em um ritmo consideravelmente alto. Mas esses cultivos de transgênicos que estão sendo desenvolvidos, eles afetam outros cultivos fazendo com que as espécies originais acabem desaparecendo?

Há alguns dias, o CSIC (Conselho Superior de Investigações Científicas) iniciou um ciclo de debates científicos sobre temas atuais, como radiofreqüência, mudança climática, energia nuclear e alimentos transgênicos. Em respeito aos alimentos transgênicos, a finalidade do debate era clarear um pouco mais a ideia da população sobre a modificação genética dos alimentos, oferecendo informações que pudessem esclarecer algumas dúvidas. Em um vídeo encontrado no YouTube é possível assistir uma entrevista com Fernando González Candelas, científico do grupo de genética evolutiva do Instituto Cavanilles de Biodiversidad y Biología Evolutiva da Universidade de Valência (que vem desenvolvendo uma série de bons projetos para a alimentação).



Segundo Candelas existe sim a possibilidade (reduzida) de que os alimentos transgênicos afetem os demais cultivos, contudo isso não ocorre ainda. Esses alimentos poderiam acabar com a espécie original somente a nível industrial, ou seja, esse tipo de alimento oferece características atrativas aos agricultores, como uma maior produção e rentabilidade (mundo capitalista) e por isso o cultivo de transgênicos poderia ocupar o lugar dos demais alimentos “tradicionais”.

O movimento do Slow Food, que há vários anos tenta recuperar os alimentos que se encontram em vias de extinção e a FAO (Food and Agriculture Organization) com a Comissão de Recursos Genéticos para a Alimentação e Agricultura, lutam juntas a favor de uma maior diversidade alimentar para que uma alimentação para futuras gerações seja garantida.



Infelizmente nos encontramos em uma época em que tentamos recuperar a riqueza e variedade de milhares de alimentos antes encontrados em nossa mesa em abundância, aos quais não demos os devidos valores. Estudiosos indicam que é necessário esse retorno às antigas produções e que a indústria utilize estes alimentos que se encontram já em esquecimento, para assim aumentar a produção de produtos tradicionais evitando o crescimento de alimentos modificados geneticamente.

Mas não adianta culpar apenas a indústria. Os consumidores, ou seja, NÓS, que devemos marcar as tendências de consumo, e como dever consumir alimentos antes esquecidos permitindo uma recuperação muito mais rápida e eficaz.

Ainda restam muitas questões a serem tratadas sobre esse tipo de alimento e principalmente como faremos para não só recuperar o setor agrícola mas também para suprir a necessidade de bilhões de pessoas. A possibilidade que exista uma contaminação genética, por mais remota que seja, existe e pode provocar a disseminação da espécie. Será que os agricultores ditos “ecológicos” serão obrigados a abandonar seus cultivos?

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