terça-feira, 8 de maio de 2007

Dilma defende energia nuclear e contesta Marina Silva

JB Online / Portal Terra

BRASÍLIA - A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse durante entrevista coletiva de apresentação do balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que para manter o ritmo de crescimento em 5% ao ano o País não pode depender apenas da geração hidráulica e que nesse cenário a construção da usina nuclear Angra 3 é uma das possibilidades. A análise contraria a proposta da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que há algumas semanas disse que o Brasil deveria buscar formas alternativas de geração como a eólica (vento) e solar.

- Angra 3, independente do rio Madeira, diz respeito ao abastecimento energético do País. Se o abastecimento crescer como prevemos precisaremos de ofertas de energia. Tem uma série de recursos hídricos disponíveis, mas sabemos que a alternativa para o País crescer 5% é com geração térmica. A questão da geração nuclear é uma das possibilidades e não só em relação ao Complexo do Madeira. O CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) vai discutir novamente a viabilidade de Angra 3 nos próximos meses, porque ela faz parte do plano decenal. Não acredito que tenhamos muitas alternativas, porque do ponto de vista técnico as energias solar e eólica não são alternativas reais para um País em crescimento - afirmou.

Há semanas as duas ministras vêm travando intensa disputa dentro do governo por conta da demora do Ibama em conceder a licença ambiental para construção das usinas Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira.

Dilma negou durante a entrevista que o governo esteja procurando uma solução política para o problema desconsiderando as questões técnicas apontadas pelo Ibama. - Não propomos ou insinuamos uma solução política aqui. Não é escolha de Sofia. O País tem que travar discussão sobre obras de energia e proteção ambiental. Nós só discutimos isso tecnicamente. Acho que é assim que opera a ministra Marina. Acho que todas as divergências se deram no nível técnico - comentou Rousseff.

A ministra se irritou com a pergunta de uma repórter que pediu a ela uma classificação para a área ambiental do governo, semelhante à classificação das obras do PAC (Adequado, Atenção e Preocupante). - Não me cabe julgar pares, não me disponho a isso e nunca farei, porque não acho ético - disse.

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