sexta-feira, 8 de junho de 2007

Todo país tem direito de crescer como os ricos cresceram, diz Lula em Berlim

por Irene Lôbo, Agência Brasil
7/6/2007


Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje (7) o interesse dos países pobres e em desenvolvimento na discussão sobre a redução da poluição e disse que começará a exigir dos países mais desenvolvidos do mundo a participação do Brasil e demais membros do G 5 (África do Sul, China, Índia e México) na elaboração dos documentos do G 8, formado por Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Rússia.

Segundo Lula, as discussões do G 8 não podem mais desconsiderar a existência dos países em desenvolvimento. “Hoje não se discute clima, não se discute comércio e não se discute qualquer assunto do mundo que não tenha que levar em conta a existência de países como Brasil, China, Índia, México e África do Sul. É humanamente impossível, seja do ponto de vista político, seja do ponto de vista econômico”, declarou o presidente em entrevista coletiva após encontro do G 5 em Berlim (Alemanha) - amanhã, os integrantes do grupo estarão em Heiligendamm, também na Alemanha, para participar da cúpula do G 8.

Em relação às questões climáticas, Lula disse que está convencido de que a melhor solução para diminuir o aquecimento global é respeitar as decisões de órgãos multilaterais, como as Nações Unidas. Ao afirmar que os países ricos são responsáveis por 60% das emissões de gases causadores de efeito estufa, o presidente cobrou que assumam suas responsabilidades e disse não aceitar a idéia de que os países em desenvolvimento e pobres tenham de fazer sacrifícios.

“Os países em desenvolvimento e os países mais pobres têm o direito de crescer como eles cresceram e, portanto, têm o direito de ter a mesma qualidade de vida que eles conquistaram”, afirmou.

Além de uma reunião do G 5, Lula teve um encontro com os presidentes da Nigéria, Umaru Yar'Adua, Argélia, Abdelaziz Bouteflika, e México, Felipe Calderón, além do secretário-geral das Nações Unidas, o sul-coreano Ban Ki-Moon.

O chanceler Celso Amorim informou que com a Nigéria foram tratados assuntos de natureza bilateral, como comércio, a continuidade da Cúpula África-América do Sul, temas da área agrícola e da saúde. Com a Argélia, foram abordadas as perspectivas para as empresas brasileira na área de construção civil, a importância do país como fornecedor de gás e o interesse brasileiro no mercado argelino na área de aviões.

Com o México, foram discutidos a visita que Lula fará no começo de agosto e acordos comerciais na área de biocombustíveis, energia, petróleo, além da importância de relações empresariais. Com o secretário-geral da ONU, os assuntos foram a reforma do Conselho de Segurança, onde o Brasil pleiteia uma vaga, e a missão de estabilização do Haiti.

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