domingo, 17 de junho de 2007

Ibama apresenta pontos críticos do Madeira

por Ivonéte Dainese, InvestNews / JB Online

SÃO PAULO, 15 de junho de 2007 - O presidente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), Bazileu Alves, apresentou hoje os pontos críticos sobre a construção das usinas do Complexo Madeira (RO) - Santo Antonio e Jirau - 6.450 MW -, tanto no aspecto ambiental quanto social.

"No aspecto ambiental, será necessária a adaptação do projeto inicial para as quedas das duas usinas com a utilização das turbinas Bulbo, para não comprometer a pesca na região", afirmou. Conforme estudo de Furnas e Odebrecht, há na região cerca de quinze mil pescadores cadastrados e que dependem da pesca. Com as usinas, isso provocaria um impacto social muito grande. Segundo os estudos, foram encontradas no rio Madeira cerca de 490 espécies diferentes de peixes.

Ainda de acordo com o presidente do Ibama, com as obras, a estimativa é de que serão gerados na região cerca de 20 mil trabalhadores e com um aumento da população em mais de 100 mil pessoas. "Os nossos cálculos dão conta de que serão necessários investimentos de R$ 1,6 bilhão em infra-estrutura", afirmou.

Outro agravante diz respeito à malária e à contaminação por mercúrio. "Naquela região as pessoas estão sujeitas a essa doença. Cada habitante tem mais de uma malária por ano. E sobre o mercúrio, a contaminação prevista no solo é intensa e isso se agravaria com a instalação das usinas", argumenta.

O Ibama entende também que a operação da usina poderá ficar comprometida com a quantidade de madeira que desce o rio, cerca de seis toneladas dia.

Quanto à licença ambiental, Bazileu Alves não se pronunciou.

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