Agência Brasil, por Isabela Vieira
Brasília - Muitas das comunidades que vivem na floresta Amazônica ainda não têm acesso a luz, água e educação. Para mudar esta realidade, uma das propostas do 2º Encontro Nacional dos Povos da Floresta, que será realizado em setembro, é a discussão de um Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Socioambiental.
De acordo com o secretário geral do Grupo de Trabalho da Amazônia (GTA) e coordenador do encontro, Adílson Vieira, o PAC Socioambiental não deve ser confundido com o PAC lançado no início do ano pelo governo federal. “Com esse programa, queremos dar às comunidades da floresta acesso mais rápido a saúde, educação, infra-estrutura básica, saneamento, água potável – ou seja, inclusão social", explicou.
Esses direitos, acrescentou, são constitucionais e ainda não foram garantidos: “Não é possível que nós, no século 21, ainda estejamos vivendo em comunidades iluminadas por lamparinas, como no século 19”.
Além das questões de infra-estrutura, o programa socioambiental trata de formas para regularização fundiária, principalmente na Amazônia, e de mecanismos para escoar a produção das florestas. “Milhares de pessoas não têm um documento que comprove que a terra lhe pertence”, disse o secretário do GTA, e isso dificulta o acesso a financiamentos. Sobre o escoamento da produção, ele sugeriu que a discussão deve permear estruturas de transporte como a navegação.
O 2º Encontro Nacional dos Povos da Floresta está previsto para os dias 18 a 21 de setembro. Para Adílson Vieira, vinte anos após a primeira edição, essa será uma oportunidade de discutir com a sociedade os avanços para as comunidades da floresta. "Apesar desse tempo todo, ainda sofremos com a falta de cidadania. E vemos muitas lideranças perseguidas e mortas, como aconteceu com Chico Mendes”, concluiu.
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