Fonte: Agência Lusa
Lisboa, 12 Jun (Lusa) - O fundo de investimento "FIP Caixa Ambiental", que o banco português Banif está lançando no Brasil, já tem R$ 375 milhões comprometidos, mais de metade do total previsto, disse nesta terça-feira o presidente do banco de investimento, Artur Silva Fernandes.
O presidente da instituição divulgou a informação em Lisboa, durante o lançamento do 1º Encontro Luso-Brasileiro de Negócios em Biocombustíveis, que acontece na próxima semana no Paraná. Fernandes afirmou ainda que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o fundo de pensões do Banco do Brasil estão analisando a possibilidade de aderirem ao fundo.
"Na sua maior parte, o fundo vai ser subscrito no Brasil", disse o presidente do banco de investimento do Banif. O banco luso é parceiro da Caixa Econômica Federal e da Voga Empreendimentos no Fundo de Investimento em Participações Caixa Ambiental, lançado em março.
Ao Banif cabe a gestão do fundo. A Caixa é responsável pela administração e a Voga, pela consultoria de investimentos, que são direcionados ao setor de saneamento e de meio ambiente.
Segundo Fernandes, a parceria está fazendo "road-show" (espécie de apresentação) para captar investidores no setor financeiro em Lisboa, Londres, Nova Iorque e Miami.
Até a semana passada, do montante previsto, havia R$ 375 milhões inscritos, de um total de R$ 700 milhões.
A Caixa e o fundo de pensões da Petrobras aplicaram R$ 175 milhões cada um e há participação do próprio Banif, que deverá investir perto de R$ 25 milhões.
Para o presidente do Banif Investment, a participação neste fundo é "um marco" para o banco de investimento, porque é o primeiro no Brasil voltado para investimentos em infra-estruturas ambientais e que será entregue pela Caixa para gestão por terceiros.
De acordo com Fernandes, "o Brasil é um mercado-alvo muito importante" para o Banif, mostrando-se "muito interessante para o desenvolvimento de energias alternativas".
Novas energias
Além do fundo, o banco português pretende prestar serviços de assessoria financeira no megaprojeto do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, em Rondônia. Trata-se de um investimento de cerca de R$ 11 mil milhões, promovido pelas empresas brasileiras Odebrecht e Furnas.
Fernandes disse ter intenção de direcionar e especializar os investimentos do Banif para a área das novas energias, onde "aqueles que correrem mais rapidamente tendem a ter mais sucesso". A rentabilidade dos investimentos em novas energias, afirmou, "é compatível com os princípios e valores" da sustentabilidade ambiental e social.
Em Portugal, o banco de investimento está lançando um fundo fechado de 100 milhões de euros (R$ 259 milhões), para investir no segmento das novas energias, o New Energy Fund, já aprovado pela entidade reguladora do mercado de capitais e prestes a entrar no mercado de investidores institucionais.
O Banif está avaliando ainda projetos de energias renováveis em Portugal no valor de 300 milhões de euros (R$ 778,3 milhões). Está envolvido, ainda, no consórcio do grupo luso Lena, nos concursos para centrais de biomassa, na fábrica de biodiesel da Iberol, de um parque eólico e outro fotovoltaico.
O Banif é patrocinador e um dos cerca de 20 participantes no Encontro Luso-Brasileiro de Negócios em Biocombustíveis, que acontece em Curitiba entre 20 e 24 de junho.
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