terça-feira, 24 de abril de 2007

Protesto contra Usina Hidrelétrica de Estreito: manifestantes continuam acampados

Rede Brasil

Cerca de 300 pessoas, integrantes da Via Campesina, assentados, ribeirinhos, pescadores, extrativistas, povos indígenas que serão atingidos pela barragem, permanecem acampadas no local por tempo indeterminado. Eles aguardam a presença do presidente do IBAMA, representante da Casa Civil, Ministério do Meio Ambiente, parlamentares dos Estados do Tocantins e Maranhão, Consórcio Estreito Energia (Ceste), Ministério de Minas e Energia para negociações.

Durante o período em que mantiverem o acampamento, os manifestantes desenvolverão atividades educativas junto à comunidade de Estreito. Estão planejadas palestras nas escolas, panfletagens e exibição de filmes sobre os impactos causados pela implantação da Usina. Uma audiência pública com a presença de vereadores e moradores da cidade também está em processo e organização.

O protesto teve início na segunda feira (16), quando mais de mil pessoas paralisaram por dez horas a ponte de Estreito, localizada entre os estados do Tocantins e Maranhão, na BR Belém-Brasília. Os manifestantes denunciam a forma autoritária e sem dialogo com as populações atingidas com que o Consórcio Estreito Energia (Ceste), formada pelas empresas TRACTEBEL, ALCOA, CAMARGO CORREIA e Cia. Vale do Rio Doce, vem implantando a Usina.

O conceito de "atingidos" e onde eles estão localizados também é questionado pelos integrantes do protesto. "Tem pessoas que moram na área que vai ser alagada e de fato vão ser atingidas, mas tem pessoas que somente tiram seu sustento da área e, no nosso entendimento, tem o direito de serem ouvidas e indenizadas" diz o coordenador estadual no Tocantins do Movimento dos Atingidos por Barragem, Cirineu da Rocha. No entanto, o Ceste não os considera impactados. Para o consórcio, cerca de duas mil pessoas apenas serão atingidas pela barragem.

O Ministério Público Federal (MPF) avalia que os impactados na verdade serão mais de 20 mil. E que "a forma com que essa hidrelétrica está sendo instalada está sendo prejudicial para a população e o meio ambiente", segundo a procuradora Clarisier Azevedo Cavalcante. A procuradora disse ainda que o MPF entrou com uma ação solicitando a revogação da licença de instalação da hidrelétrica. Outras duas ações civis públicas contra a instalação da Usina já existem, uma delas foi proposta pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB). Ambos os movimentos propõem também um levantamento dos impactos cumulativos sobre a bacia do Tocantins, pois será a terceira Usina Hidrelétrica no Rio.

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Alexandre disse...

A postagem acima foi excluída por conter apenas termos de baixo calão, que não acrescentam em nada para a discussão do assunto.