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Cerca de 300 pessoas, integrantes da Via Campesina, assentados, ribeirinhos, pescadores, extrativistas, povos indígenas que serão atingidos pela barragem, permanecem acampadas no local por tempo indeterminado. Eles aguardam a presença do presidente do IBAMA, representante da Casa Civil, Ministério do Meio Ambiente, parlamentares dos Estados do Tocantins e Maranhão, Consórcio Estreito Energia (Ceste), Ministério de Minas e Energia para negociações.
Durante o período em que mantiverem o acampamento, os manifestantes desenvolverão atividades educativas junto à comunidade de Estreito. Estão planejadas palestras nas escolas, panfletagens e exibição de filmes sobre os impactos causados pela implantação da Usina. Uma audiência pública com a presença de vereadores e moradores da cidade também está em processo e organização.
O protesto teve início na segunda feira (16), quando mais de mil pessoas paralisaram por dez horas a ponte de Estreito, localizada entre os estados do Tocantins e Maranhão, na BR Belém-Brasília. Os manifestantes denunciam a forma autoritária e sem dialogo com as populações atingidas com que o Consórcio Estreito Energia (Ceste), formada pelas empresas TRACTEBEL, ALCOA, CAMARGO CORREIA e Cia. Vale do Rio Doce, vem implantando a Usina.
O conceito de "atingidos" e onde eles estão localizados também é questionado pelos integrantes do protesto. "Tem pessoas que moram na área que vai ser alagada e de fato vão ser atingidas, mas tem pessoas que somente tiram seu sustento da área e, no nosso entendimento, tem o direito de serem ouvidas e indenizadas" diz o coordenador estadual no Tocantins do Movimento dos Atingidos por Barragem, Cirineu da Rocha. No entanto, o Ceste não os considera impactados. Para o consórcio, cerca de duas mil pessoas apenas serão atingidas pela barragem.
O Ministério Público Federal (MPF) avalia que os impactados na verdade serão mais de 20 mil. E que "a forma com que essa hidrelétrica está sendo instalada está sendo prejudicial para a população e o meio ambiente", segundo a procuradora Clarisier Azevedo Cavalcante. A procuradora disse ainda que o MPF entrou com uma ação solicitando a revogação da licença de instalação da hidrelétrica. Outras duas ações civis públicas contra a instalação da Usina já existem, uma delas foi proposta pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB). Ambos os movimentos propõem também um levantamento dos impactos cumulativos sobre a bacia do Tocantins, pois será a terceira Usina Hidrelétrica no Rio.
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2 comentários:
A postagem acima foi excluída por conter apenas termos de baixo calão, que não acrescentam em nada para a discussão do assunto.
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