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Em nota divulgada à imprensa no dia 16 de abril, 20 entidades repudiaram a proposta defendida pelo diretor-geral da Aneel, Jerson Kelman, de estabelecer mudanças no sistema de licenciamento ambiental para usinas hidrelétricas consideradas prioritárias pelo Governo Federal.
Leia a nota na íntegra:
As entidades abaixo assinadas repudiam a proposta de acabar com a necessidade de licenciamento ambiental prévio para a instalação de usinas hidrelétricas consideradas prioritárias pelo Governo Federal, lançada pelo Presidente da ANEEL, Jerson Kelman, na audiência pública realizada na última quinta-feira, 12 de abril de 2007, em conjunto pelas comissões de Minas e Energia e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados em Brasília.
Do ponto de vista estritamente jurídico, a proposta é flagrantemente inconstitucional, na medida em que o art. 225 da Carta de 1988 estabelece que o estudo prévio de impacto ambiental é obrigatório para todos e quaisquer empreendimentos, inclusive os hidrelétricos, que possam ameaçar o equilíbrio ecológico do ambiente.
Demais disso, a proposta do Presidente da ANEEL é inaceitável porque induz a aceleração, não do desenvolvimento, mas da destruição da biodiversidade brasileira e do desrespeito aos direitos humanos das populações ribeirinhas, que incluem pequenos agricultores, povos indígenas e quilombolas, que devem ser protegidos, conforme os compromissos assumidos pelo Brasil perante a comunidade internacional.
É preciso dizer também que a proposta é prejudicial para a economia popular, uma vez que é o consumidor doméstico de energia, ligado às redes das empresas distribuidoras, quem paga os custos de implementação dessas usinas, enquanto que os setores industriais eletrointensivos utilizam a maior parte da eletricidade gerada, o que configura uma espécie de subsídio perverso, que só promove a concentração de renda no país.
Por fim, apoiamos plenamente a atitude do Procurador da República do Pará, Dr. Marcelo Ribeiro de Oliveira, de abrir procedimento administrativo para investigar as declarações do diretor-geral da ANEEL.
16 de abril de 2007.
1) Liga Ambiental - PR;
2) APROMAC - PR;
3) AMAR - Associação de Defesa do Meio Ambiente de Araucária - PR;
4) ATLA – Associação Terra Laranjeiras – Juquitiba – SP;
5) 4 Cantos do Mundo
6) Terræ Organização da Sociedade Civil – Miracatu – SP
7) Grupo Ambientalista do Rio Iguaçu - GARI e membro suplente do CERH - PR.
8) Grupo Ecológico Vida Verde - PR
9) GTEnergia - FBOMS
10) Rede Brasil
11) REBRIP
12) Fórum Popular Independente do Madeira – Porto Velho - RO
13) GESTA/UFMG
14) CPT - PR
15) ISA – São Paulo - SP
16) IRN – São Paulo – SP
17) ISABI - Instituto Socioambiental da Baía da Ilha Grande
18) Amigos da Terra - Amazônia Brasileira
19) CEDEA e o Instituto Timoneira – PR
20) WWF - Brasil
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