quarta-feira, 18 de abril de 2007

EUA precisam investir em "tecnologia limpa", diz Grã-Bretanha

O GLOBO ONLINE
Plantão | Publicada em 17/04/2007 às 12h07m
Reuters/Brasil Online
Por Evelyn Leopold


NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - Pouco antes de o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) realizar seu primeiro debate sobre o aquecimento global, a ministra britânica das Relações Exteriores, Margaret Beckett, afirmou que as empresas norte-americanas tinham de investir em tecnologias limpas sob pena de perder espaço para os europeus.

"A tecnologia limpa se transformará em um mercado gigantesco" e na maior oportunidade econômica do século, disse Beckett em um discurso proferido na segunda-feira, em Nova York, para o grupo BritishAmerican Business Inc.

"Os que ingressarem nesse mercado primeiro - os primeiros projetos, as primeiras patentes, os primeiros a fixar o padrão tecnológico, os primeiros a venderem, os primeiros a investirem, os primeiros a construir uma marca - possuem uma chance sem paralelo de fazer dinheiro", disse a ministra.

Chamando a União Européia (UE) de o maior mercado do planeta, Beckett disse que o bloco tinha por objetivo se tornar a "primeira economia competitiva do mundo com consumo de energia segura e de pouco dispêndio de carbono".

"Estamos fazendo isso porque acreditamos que esse é o nosso interesse econômico: há um consenso político de que a Europa só conseguirá competir com sucesso em uma economia globalizada se aumentarmos nossa segurança energética e se liderarmos o mundo na transição para uma economia de pouco dispêndio de carbono."

Beckett, cujo país detém atualmente a presidência do Conselho de Segurança, comandará o encontro de terça-feira, convocado pela Grã-Bretanha para convencer os demais países a aceitarem a premissa de que as mudanças climáticas representam uma ameaça à segurança internacional.

"As implicações das mudanças climáticas para nossa segurança são mais fundamentais e mais amplas do que qualquer conflito individual", disse a ministra.

Mas a questão continua polêmica para muitos governos, entre os quais o dos EUA, que resiste à imposição de metas compulsórias para a diminuição das emissões de gases do efeito estufa, apontados como os responsáveis pelo aquecimento da Terra.

Ministros de vários países devem participar do debate na ONU, entre os quais as Maldivas, um dos 37 Estados-ilha que temem desaparecer caso o nível dos oceanos eleve-se muito devido ao aumento das temperaturas.

Mas outros membros da ONU, entre os quais a Rússia, a China e muitos países em desenvolvimento, se perguntam se o Conselho de Segurança é o local ideal para discutir esse tipo de questão. O órgão trata apenas de ameaças à paz e à segurança internacionais.

Segundo alguns, o Conselho de Segurança vem abarcando funções pertencentes a outras agências da organização.

"Devido ao local onde isso será debatido, não estamos muito empolgados", afirmou o embaixador da Rússia junto à ONU, Vitaly Churkin. "O Conselho de Segurança não é o lugar certo para o debate. Não realizamos ainda nenhuma votação. Mas não há muito entusiasmo."

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