sexta-feira, 11 de setembro de 2009

E-readers são mais verdes que livros

Por Mariana Amaro, da INFO Online, 02/09/2009

O Kindle, da Amazon: o aparelho pode evitar a emissão de 9 bilhões de quilos de CO2

SÃO PAULO – Mais uma vitória da tecnologia. Os e-readers poluem bem menos os livros de papel.

É o que consta no estudo The environmental impact of Amazon's Kindle, organizado pela Cleantech. De acordo com Emma Ritch, a coordenadora da pesquisa, não é apenas comprar um e-reader que ajuda o meio ambiente. Mas sim, o fato que leitores digitais substituem a compra de, em média, 22,5 livros.

De acordo com a Cleantech, em 2008, a indústria editorial americana foi responsável pela derrubada de 125 milhões de árvores, além de toda água desperdiçada durante o processo da fabricação de papel e da impressão.

Ainda segundo o estudo, os livros impressos tem a maior pegada de carbono na indústria editorial. A chamada pegada de carbono representa toda a quantidade de CO2 que foi emitida em todo o processo de industrialização do livro e dos componentes dele, como a tinta e o papel.

Além disso, é levado em conta o uso de combustíveis fósseis nos carros e caminhões que fazem o transporte do livro e dos seus componentes. De todos os livros entregues, entre 25% e 36% voltam para o fabricante, gastando ainda mais combustíveis fósseis. Depois disso há três caminhos que podem ser seguidos pelo editor: queimá-los, jogá-los no lixo ou reciclá-los.

Segundo os resultados do estudo, comprar três livros digitais por mês durante quatro anos produziria 168 kg de gás carbônico, comparado a 1074 kg de CO2 gerados pela compra do mesmo número de livros impressos durante o mesmo período. Para a Cleantech, a adoção de e-readers poderia evitar a emissão de 9 bilhões de quilos de CO2 até 2012.

Isto não significa, no entanto, que o e-readers não causam impacto ambiental. Como todos os produtos eletrônicos, os leitores digitais contém materiais tóxicos e, se não forem descartados da maneira correta, podem causar grandes problemas ao meio ambiente.

Para os ambientalistas, existe uma maneira ainda mais prática, econômica e sustentável para manter a leitura em dia: as bibliotecas públicas.

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Nota do blog: Aproveitamos para reproduzir abaixo três comentários publicados no site da Info Online, a respeito do artigo acima:

* Mas ainda é um produto que não tem todo seu ciclo de vida projetado. Ele será vendido em massa, é de plastico e como todo eletrônico fica obsoleto e é jogado no lixo. Um e-reader só vai ser mais ecológico que um bom livro feito de papel de reflorestamento se tiver TODO O SEU CICLO DE VIDA planejado pelo fabricante. Eu como engenheiro digo: é possível criar os produtos de forma que no fim de suas vidas voltem ao fabricante. Com isso, o fabricante tem um feedback real do estado de seus produtos, pode aprimora-los e reaproveitar uma matéria prima que ele já certificou a qualidade.
enviado por: Bruno Ferreira Porto em 02/09/2009 - 18:12

* Mariana, "carbon footprint" não fica melhor como "rastro de carbono" ao invés de "pegada de carbono"? O rastro de carbono que um produto deixou em seu processo de fabricação. Footprint é pegada, mas também é rastro, e neste contexto "rastro" parece explicar mais facilmente o significado da expressão. Abração.
enviado por: Eder Gusatto em 02/09/2009

* Eder, faz sentido, porém, a tradução de "carbon footprint" como "pegada de carbono" já colou...
enviado por: fabio lima em 03/09/2009

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