terça-feira, 30 de outubro de 2007

Grupo acusado de desmatar áreas com araucárias é preso

Antes da notícia veiculada no Jornal Gazeta do Povo, do Paraná, damos destaque aqui a dois trechos da mesma:

"Presidente da ONG Planeta Azul, Edílson Gorte conta que Elma tinha desafetos dentro do IAP, atingidos pelas denúncias que fazia. "As investigações dela não resultaram em ações efetivas. E teve licenças que ela negou e foram dadas por Curitiba", relata."


"Em maio, na mesma época em que pediu afastamento do IAP, Elma entregou à Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público uma denúncia alegando que funcionários do Instituto falsificaram informações de processos internos e até sua assinatura."

E também reproduzimos na íntegra os comentários de um Biólogo, Técnico em Agropecuária, Educador Ambiental e Consultor em Meio Ambiente, que assinou como Pieter, fez a uma notícia similar, no site Ambiente Brasil (para acessar a página na qual consta o comentário, clique aqui)

A regional de Ponta Grossa é conhecida no Paraná, por ser uma das mais podres e corruptas. Fazendeiros e proprietários rurais da região estão cansados de perseguição, proprinas, subornos e descaso.

Elma Romano, conhecida no Paraná pela sua defesa do meio ambiente, uma idealista, entrou na regional de Ponta Grossa, para substituir a chefia, afastada pela grave situação de corrupção.

Elma diversas vezes reclamou que estava de mãos atadas, que funcionários corruptos continuavam no órgão, e que os afastados continuavam exercendo pressão e influência.

Agora aparece isso, colocando ela como mentora do esquema. Isso me cheira mal. Mesmo sem conhecer ela pessoalmente, mas conheço muito bem a situação do IAP na região, e o trabalho de Elma, por isso digo que algo está errado nesta situação.

Tenho certeza que logo haverá uma reviravolta no caso, pois o ministério público já estaria investigando o caso.

Acredito que o sr Vitor Burko ainda vai morder a língua, pelas declarações dele. Ele foi tão enfático, será que sabe de algo? Pois o presidente anterior, Rasca, era conhecido por não ser uma pessoa das mais idôneas e confiáveis, tanto que foi citado em diversos processos, por trabalhar para interesses obscuros, que não a preservação ambiental.

Veremos o que vai acontecer daqui pra frente... muita água vai passar por baixo (até por cima) da ponte, cabeças ainda vão rolar...

Espero que isso realmente acabe com a corrupção no órgão, que só prejudica quem quer cumprir a lei. Exemplos, são dezenas de casos. Quem não souber, investigue, busque se informar...

Como dizem, o buraco é mais embaixo!


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Cope prende grupo acusado de desmatar áreas com araucárias
Somadas, regiões alvo de devastação equivaleriam a 1,5 mil campos de futebol
Fonte: GAZETA DO POVO - PR, 24/10/2007
por JOÃO NATAL BERTOTTI E KATIA BREMBATTI


Ponta Grossa - O Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) prendeu oito pessoas em Ponta Grossa, ontem (23/10), acusadas de integrar uma quadrilha que teria lucrado R$ 8 milhões com o desmate irregular de araucária em uma área equivalente a 1,5 mil campos de futebol. Entre os envolvidos estão funcionários do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), madeireiros e proprietários rurais. Desde que a investigação foi iniciada, outras 19 pessoas foram detidas por participação no esquema. O corte de araucária, árvore-símbolo do Paraná e que está ameaçada de extinção, é permitido somente se for em área de reflorestamento.

Defesa - Dois acusados juram inocência

Apenas dois dos oito detidos na Operação Floresta Negra se defenderam das acusações ontem. Um deles é Luiz César Santos, engenheiro do Instituto Ambiental do Paraná. Ele jogou a culpa na ex-chefe, Elma Romanó, dizendo que ela seria a responsável pelas autorizações irregulares. "Estou há 24 anos no IAP. Eu trabalhava junto com a Elma, uma pessoa difícil, que começou a nos usar para fazer licenciamentos indevidos. Agora estão nos usando de laranja para protegê-la", afirmou.

Além disso, Santos disse que a diretoria do IAP sabia das licenças, contrariando as informações do presidente Victor Hugo Burko e da Polícia Civil. "Os processos foram protocolados no IAP, foram enviados e assinados pela diretoria", afirmou. Para ele, a situação reflete uma briga interna no IAP, que teria começado com atitudes de sua ex-chefe.

O madeireiro Trajano Gomes Fernandes, da empresa G3 Florestal, de Ponta Grossa, também se diz inocente. "Pedi uma autorização em 2003, dentro dos trâmites normais. A documentação saiu e cortamos normalmente. Já passei essas informações, mas estou aqui, preso. Eu não entendo o porquê, uma vez que não obriguei ninguém a assinar a licença, nem paguei propina", afirmou. (JNB)

A investigação começou há oito meses e apurou que autorizações irregulares foram concedidas nos últimos três anos. Foram negociadas pelo menos 25 licenças irregulares, com preços entre R$ 10 mil e R$ 30 mil. Outras 125 autorizações estão sendo investigadas. Os supostos cortes irregulares ocorreram nas cidades de Jaguariaíva, Castro, Ponta Grossa, Ipiranga, Imbituva, Palmeira e São João do Triunfo. Apenas um dos nove mandados de prisão não foi cumprido ontem - a ex-chefe regional do IAP em Ponta Grossa, Elma Romanó, não foi encontrada pela polícia.

O presidente do IAP, Victor Hugo Burko, conta que as suspeitas surgiram a partir de denúncias. "Começamos a ouvir informações desencontradas, até que fizemos um vôo e percebemos um desmate grande", diz. De acordo com o secretário estadual de Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, a investigação interna não chegou a conclusões precisas e foi necessário acionar o Cope. A expectativa é de que a partir das prisões e da apreensão de documentos e computadores, mais dados sobre o esquema sejam revelados.

A polícia informou que os proprietários das 19 áreas investigadas pela polícia lucravam cerca de R$ 50 por m3 de madeira. Além de vender as toras, os fazendeiros contavam com a valorização da propriedade, que passava a ter mais espaço para o plantio. Já os madeireiros negociavam as araucárias por R$ 200 o m3. "A quadrilha agia com suporte de funcionários públicos", declarou o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari. Há indícios de participação de policiais militares da Força Verde, que já foram afastados e estão sendo investigados.

O IAP detectou que algumas autorizações apresentadas como legítimas eram irregulares e ilegais. O engenheiro florestal Adair Palace Júnior é acusado de ser o responsável por elaborar os projetos com dados errados. No IAP, o engenheiro Luiz César Santos autorizaria os pedidos, com a ajuda do técnico ambiental Samuel de Moura. Os outros cinco presos ontem são os madeireiros Wilde Wanderlei Gomes do Valle, Trajano Gomes Fernandes, Dirceu Lopes Silveira, Laerte Ferreira e Carlos Galetto. Os acusados ainda devem ser multados. O valor das autuações pode passar de R$ 14 milhões.

Para não precisar de autorização da câmara técnica, formada por três engenheiros da sede do IAP, as áreas a serem desmatadas eram fracionadas em glebas de menos de 10 hectares. Assim, a licença de corte poderia ser dada pelo próprio escritório regional. A polícia estima que pelo menos 36 mil pinheiros tenham sido cortados ilegalmente. O presidente da organização não-governamental (ONG) Planeta Azul, Edílson Gorte, reconhece a ligação de um dos detidos com a entidade. Ele alega que o técnico ambiental Samuel de Moura trabalhava num projeto de revitalização do Rio Tibagi e que foi demitido há três meses por sugestão da chefe regional do IAP. Ela teria afirmado que Moura se envolveu com atividades irregulares.

O secretário estadual de Meio Ambiente destaca que nos últimos quatro anos, oito servidores do IAP foram exonerados a partir do controle interno. Para evitar que casos como o revelado ontem se repitam, o governo estadual começou a monitorar por satélite o desmatamento irregular. Um programa de computador, com capacidade para diferenciar desmates a partir de 900 m2, irá sobrepor mapas a cada dois meses, definindo locais que precisam ser fiscalizados.

Ex-diretora apurou corrupção

Agora procurada pela polícia, Elma Romanó foi designada para assumir a chefia regional do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) em Ponta Grossa em 2004, justamente para apurar denúncias de corrupção. As investigações resultaram em uma exoneração e outras punições a servidores. "Fiz faculdade com ela, que sempre teve a imagem de proba. Não acredito que esse processo todo tenha a decisão dela. Acho que ela confiou em pessoas erradas, que a levaram a cometer erros que agora terá de responder", afirma o secretário estadual de Meio Ambiente, Rasca Rodrigues.

Presidente da ONG Planeta Azul, Edílson Gorte conta que Elma tinha desafetos dentro do IAP, atingidos pelas denúncias que fazia. "As investigações dela não resultaram em ações efetivas. E teve licenças que ela negou e foram dadas por Curitiba", relata.

Em maio, na mesma época em que pediu afastamento do IAP, Elma entregou à Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público uma denúncia alegando que funcionários do Instituto falsificaram informações de processos internos e até sua assinatura. A promotora Dorenides Guerra Pires determinou que o caso fosse apurado pela polícia, que ainda não concluiu a investigação. (KB)

9 comentários:

Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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Alexandre disse...

Até o momento só recebemos depoimentos anônimos, mas o blog já solicitou comentários daqueles que conhecem diretamente o trabalho de Elma Romanó.

Esperamos ter em breve algum comentário identificado, dando mais informações a respeito do caso, pois seria de grande valia para os visitantes do blog.

Anônimo disse...

http://www.diariodamanha.com.br/

reportagem de 11/11/2007

Burko acusa Elma de fazer "festejos e foguetórios" e não colaborar com as investigações


O presidente do IAP negou divergências com a ex-chefe da regional, denunciadas pelo seu advogado. Burko disse que a ex-chefe regional administrava o órgão "fazendo propaganda e marketing pessoal"

johnny willian soares

Após matéria feita com o advogado Dálio Zippin Filho, da ex-chefe do Escritório Regional, do Instituto Ambiental do Paraná em Ponta Grossa (IAP), Elma Nery de Lima Romanó, presa pela Polícia Civil durante a Operação "Floresta Negra", acusada de chefiar a quadrilha que emitiu centenas de autorizações ilegais para o corte de araucárias na região, defendendo a sua cliente, negando todas as acusações e denunciando divergências com o governo, o presidente do Instituto Ambiental do Paraná, Vitor Hugo Burko, procurou o jornalista Adail Inglês, diretor do Diário da Manhã, para comentar as declarações do advogado e prestar esclarecimentos sobre as investigações que resultaram na prisão de Elma e outros envolvidos no esquema. Adail convidou Burko para o programa "Verdade em Pauta".

Ex-vereador, ex-prefeito de Guarapuava durante dois mandatos consecutivos e ex-candidato a vice-governador, Vitor Hugo Burko iniciou falando que, ao deixar a Prefeitura de Guarapuava, em 2004, começou a estudar o Estado, preparando-se para o seu projeto político. "Um dos focos de conflitos que encontramos hoje é a questão ambiental. Destaquei-me na Prefeitura com alguns projetos ambientais que foram premiados internacionalmente, em função disso, e do meu apoio no segundo turno das eleições, o governador Requião convidou-me para assumir a presidência do IAP, pedindo para, efetivamente, colocar a casa em ordem", contou Vitor Hugo Burko, afirmando ainda haver recebido do governador autonomia para transformar o órgão em uma ferramenta de desenvolvimento do Estado.


Imagem Negativa

"Cheguei ao IAP, nove meses atrás, em fevereiro desde ano, sem conhecer muito bem a entidade, com muitas críticas em relação a atuação da entidade, demora nos processos, algumas situações bastante complicadas. Em algumas regionais, a situação um pouco melhor, e em outras, pior. Comecei a formar uma equipe, dando conta que o IAP possui um quadro extremamente capacitado, eficiente, muita gente decente, correta, mas, lamentavelmente, algumas coisas negativas predominavam na imagem da entidade. Desde o início, estabeleci, como critério, não ficar remexendo o passado. Meu negócio é garantir um futuro digno para a entidade e fazer que a sociedade encontre um parceiro para o desenvolvimento", relatou, lembrando que foi um momento de muito estudo e questionamento, que resultou na integração da entidade. "Comecei a chamar os chefes regionais, as diretorias, conclamando todos para uma grande luta em prol do Paraná e do Meio-Ambiente", afirmou, garantindo sucesso na empreitada, dando início ao processo de modernização do IAP.

Vitor Hugo foi questionado sobre os problemas encontrados e que poderia haver sido deixado pelo ex-presidente do IAP e atual secretário de Estado do Meio-Ambiente, Raska Rodrigues. "O Raska é uma pessoa extremamente humilde e sábia. Ele próprio participou da minha indicação. Conversamos bastante e me deu carta branca para as alterações que ele não conseguiu fazer, mesmo realizando um bom trabalho no IAP, a exemplo, da implantação do Programa Mata Ciliar no Paraná, referência no mundo inteiro. Começou um processo de transformação, que precisava de seqüência. E o Raska mesmo entendeu que era preciso vir alguém de fora da entidade, com uma visão externa, crítica, provocativa, no sentido de bater a poeira da entidade. Não há problema nenhum de relacionamento. Trabalhamos juntos. O Raska reconhece que algumas coisas a mais precisavam ser feitas", respondeu.


Irregularidades em

Ponta Grossa

Dando seqüência, Burko falou sobre as investigações que resultaram na prisão da quadrilha durante a Operação "Floresta Negra". "É natural que as pessoas fiquem sem saber no que acreditar, existe todo um contexto, uma história do Escritório Regional do IAP. Posso afirmar que ao chegar ao IAP, nos primeiros dois meses percebi coisas estranhas acontecendo, por aqui. No dia seis de abril, determinamos a primeira investigação concreta. No dia quatro de maio, essa investigação apurou irregularidades nas licenças. A chefe do escritório foi chamada pelo diretor de Recursos Ambientais, chefe dela na Fiscalização. Até então, ela não era suspeita, não existia nada contra ela. Realizamos uma reunião com a Força Verde, comuniquei ao governador, ao Raska e a todas as esferas possíveis sobre a existência de irregularidades. A Elma foi chamada para ajudar as investigações. Na época, eram três ou quatro autorizações irregulares, que apresentamos à ela, solicitando esclarecimentos. Não respondeu nada, reconheceu a assinatura, mas não se posicionou. Quem manejava esses processos, internamente, eram duas pessoas da absoluta confiança dela, o Samuel (José Freitas de Moura – Funcionário da ONG Associação Planeta Azul) e o Luiz César (Santos – Engenheiro do IAP), que estão presos. O Samuel é o estagiário da ONG que estava fazendo vistorias, absolutamente, irregulares, sob o comando dela. Ao invés de auxiliar-nos nesta investigação, esclarecer as coisas, ela foi para a imprensa, com uma carta folclórica e cheia de foguetes e confetes, fez denúncias genéricas, apontando irregularidades, sem citar nenhuma coisa objetiva, encaminhando-a para mim, ao governador e a imprensa. A partir disso, já contratou um advogado. Colocou um advogado para cuidar do processo. Por que alguém, que não possui responsabilidade - não estou afirmando que ela tenha pego dinheiro -, não ajuda nas investigações? Tentando criar uma estratégia de defesa antecipada, contratando um advogado, de cara. Ela deu alguns passos muito suspeitos", considera.

O presidente do IAP declarou que as investigações não foram contra a ex-chefe do Escritório Regional do IAP de Ponta Grossa, mas sobre as irregularidades encontradas. "A investigação que pedimos ao COPE não foi contra a dona Elma. Foi em relação a fatos concretos, mais de cem autorizações irregulares na região de Ponta Grossa. Mais de 1.400 hectares de florestas depredada. Com a autorização do órgão ambiental. Todas assinadas pela ex-chefe regional", contou.

Questionado sobre a possibilidade das autorizações serem falsificadas, conterem rasuras ou a assinatura falsa da ex-chefe do Escritório Regional, o presidente do IAP respondeu: "Isso não procede. Não corresponde a verdade".

Vitor Hugo relatou como identificou as irregularidades. "Percebemos as irregularidades, na diretoria do IAP. No final do ano passado, foi aprovada a Lei da Mata Atlântica, suspendendo todas as autorizações florestais. Aqui, elas continuaram em vigor, autorizando os desmates. As autorizações, que foram emitidas pelo Escritório Regional de Ponta Grossa, eram todas com menos de dez hectares, porque com mais de dez hectares o processo vai para a diretoria. Começamos a perceber uma enxurrada de autorizações com menos de dez hectares. Quando houve estas desconfianças, peguei um avião do IAP e sobrevoei a região para verificar desmates. Deparei-me com irregularidades numa fazenda, em Castro. Mandamos a fiscalização e encontram três ou quatro autorizações de 9.8 hectares na mesma área, ficando, definitivamente, configurada uma fraude. Após isso, abriram-se os demais processos e iniciaram-se as investigações. Para surpresa nossa, todas as autorizações investigadas, mais de 30, eram irregulares. Coisas absurdamente grosseiras", relatou.

O presidente do IAP revelou, com detalhes, as irregularidades, com a emissão das autorizações irregulares. "Um tipo de fraude criado foi autorizar o corte de pinheiros ‘plantados’. Na verdade, eram nativos, mas, nas autorizações, eram plantados. As mesmas fotos são usadas em vários processos. Tiravam a foto de um reflorestamento de pinheiro e juntavam em vários processos. É impossível que alguém não veja", contou.


Festejos, foguetórios e folclore

Burko foi questionado sobre as denúncias feitas pela ex-chefe da regional, diretamente, ao governado Roberto Requião (PMDB). "As investigações aconteceram. Há uma diferença de se fazer uma acusação festiva na imprensa, e uma investigação criteriosa. Penitencio-me com a população dos Campos Gerais, porque, de certa forma, abandonei o Escritório Regional de Ponta Grossa, por, aproximadamente, cinco meses. Eu não podia interferir nas investigações. Quando eu soube da corrupção, ao invés de ir para a imprensa fazer festejos e foguetórios, fui à Polícia e pedi que fosse investigada. Se tivesse partido para os festejos, a investigação não teria acontecido. Quando a Elma denunciou, ela denunciou pessoas, mas não apresentou os fatos e as provas. Entendo que o correto seria, ao ter percebido alguma coisa errada, denunciar para a Polícia. Crime não é gestão do IAP, não somos gestores de crimes, mas de questões ambientais. Mas, a dona Elma agia, mandava para o Ministério Público, para o governador, para a imprensa, para o mundo inteiro, buscando credenciar-se como combatente contra a impunidade. Nunca teve a preocupação que estas denúncias produzissem efeito", criticou.

O presidente do IAP comentou ainda sobre a ex-chefe ter anunciado que havia recebido ameaças, razão pela qual contratou segurança e usava coletes à prova de bala. "Eu podia dizer que também estava sendo ameaçado e sair por aí fazendo festa. Isso tudo não credencia ninguém. Não posso afirmar que ela teria armado tudo, mas posso dizer o seguinte: Eu mexi com a quadrilha, dei voz de prisão, não fui ameaçado, não tenho segurança e não uso colete à prova de bala. Tenho andado em Ponta Grossa, trabalhando no Escritório Regional e atendendo todo mundo. Não me senti ameaçado. Tem muito folclore em cima desta história da Elma", acredita.


Mutirão

Burko anunciou durante a entrevista um mutirão para colocar em dia os processos do Instituto Ambiental do Paraná em Ponta Grossa. "Fiquei chocado. Estamos fazendo um mutirão no Escritório Regional de Ponta Grossa para colocar a casa em ordem. Dentro de pouco tempo, a população poderá ficar tranqüila em relação a isso. Peguei um processo de licença de operação de pecuária protocolado em fevereiro de 2004. Este processo não andou dentro do Escritório Regional de Ponta Grossa. Do ponto de vista administrativo, tem três mil processos parados. Não sei o que a dona Elma estava fazendo no Escritório Regional de Ponta Grossa. Parece-me que ela não tinha tempo para gerenciar processos e investigar a corrupção, porque precisava ficar na imprensa, acusando os outros. Não havia falado isso antes, não a ataquei, não havia dado declarações à imprensa em relação a ela, porque eu não sou contra a Elma e a quem quer que seja. Eu sou a favor do IAP, a favor do Paraná. Não é mais possível a população dos Campos Gerais continuar sendo achacada, da maneira como andava, tendo que pagar propina para receber o que é direito ou para comprar irregularidades", acusou. Questionado sobre quem receberia a propina, respondeu: "O inquérito comprova, o Luiz César recebia propina, o Samuel recebia. Quem eram eles? Braços direito e esquerdo da Elma. Quando ela veio para cá, afastou doze funcionários que alegava serem corruptos, e trouxe o Samuel e o Luiz César. Ela sabia que o Luiz César tinha problemas de corrupção em todos os locais por onde havia passado no IAP. Em uma oportunidade chegou a ser demitido, tendo sido reincorporado por um vício formal de processo. Todo mundo no IAP sabe que esta pessoa tinha problemas de personalidade e corrupção", questionando: "Ela dizia, assinei sem ler. Dar autorizações deste quilate para estas pessoas, e assina sem ler? Mais de cem autorizações ambientais que estavam proibidas? A irregularidade é muito grande. Não tem como ela não ter ficado sabendo disso".


Divergências

O presidente do IAP negou divergências com a ex-chefe da Regional, denunciadas pelo seu advogado. "A incompatibilidade comigo surgiu quando passamos a investigar. Antes, não existia. Estive duas vezes no escritório de Ponta Grossa, perguntei a ela sobre possíveis irregularidades e a única coisa que ela sabia dizer é que ‘o IAP está cheio de corruptos. Tem que mandar todo mundo embora e contratar gente nova’. Só isso. Ela nunca foi capaz de me dizer sobre as medidas que estavam sendo adotadas para resolver a situação da corrupção e o andamento dos processos que estavam parados. Pedir para a diretoria para fazer um esforço concentrado, como o que vamos fazer agora, para colocar os processos em dia. Parece que ela administrava o IAP, somente, nos microfones da imprensa, fazendo propaganda e marketing pessoais. Mas comigo não teve nenhum problema. Isso demonstra, mais uma vez, a estratégia de defesa do seu advogado. O IAP inteiro não prestava. Só ela que prestava. Agora, porque denunciei a corrupção, tenho incompatibilidade com ela. É preciso parar de brincadeira!", rebateu.


Areeiros

Ainda segundo Vitor Hugo Burko, os ex-assessores da ex-chefe do Escritório Regional acusaram-na de cobrar propina contra areieros pontagrossenses. "Os assessores dela alegam que os areeiros de Ponta Grossa foram obrigados a contratar um EIA/RIMA (estudo e relatório de impacto ambiental) de pessoas ligadas a ela. O IAP vivia batendo contra os areeiros, mas depois que contrataram essa equipe para fazer o EIA/RIMA, a fiscalização parou e puderam trabalhar à vontade. Não são palavras minhas, são palavras da equipe dela. Afirmam que foi pago R$ 800 mil por um EIA/RIMA que não custaria R$ 300 mil", revelou, emendando: "Não adianta a dona Elma querer vir gerar conflito comigo, porque ela precisa explicar-se em relação aos fatos concretos e denúncias das pessoas que ela escolheu. Eles afirmam e provam, porque possuem elementos concretos para isso. Não é uma guerra do Vitor Hugo contra a Elma".

Ao finalizar, o presidente do Instituto Ambiental do Paraná, anunciou que as investigações ainda não foram concluídas. "A coisa vai mais além. Esta investigação foi realizada basicamente na parte florestal. Terão desdobramentos em cima disso", prometeu, concluindo: "Queremos resolver a situação do IAP. A corrupção aqui cessou. Se alguém insistir em pedir favorecimento, achaque para a população, eu vou vir aqui, de novo, e dar a voz de prisão".

Alexandre disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alexandre disse...

Foram retirados os comentários que continham acusações e que foram feitos de forma anônima.

Alexandre disse...

Para esta postagem só serão aceitos comentários anônimos que se refiram apenas a reprodução de notícias e reportagens publicadas sobre o assunto.

Qualquer acusação ou defesa aos envolvidos deve ser feita de forma identificada.

Alexandre disse...

Trecho de postagem que fiz ontem no blog:

O IAP foi manchete nos jornais também nessa semana porque a ex-diretora do Instituto em Ponta Grossa, Elma Romanó, foi acusada de participar de esquema de autorizações irregulares para corte de araucária na região. No entanto, também foi noticiado que a própria diretora acusada foi, na realidade, quem fez a denúncia sobre os cortes ilegais no Ministério Público, em junho desse ano. O advogado de Elma Romanó, Dálio Zippin Filho, declarou que o governo Requião estaria se especializando em “degolar funcionários que apontam os podres da administração estadual”.

Leia artigo completo em:
http://ises-do-brasil.blogspot.com/2007/11/governo-requio-coleciona-denncias-sem.html