sexta-feira, 26 de outubro de 2007

A esperança dos biocombustíveis vira fumaça

Fonte: IPS, 24/10/2007
por Stephen Leahy


Toronto - Novos estudos revelam que os milhares de milhões de dólares investidos nos Estados Unidos e na Europa para promover os biocombustíveis são uma forma de subsidiar corporações agroindustriais, em lugar de uma resposta efetiva contra o aquecimento global.

Não só a maioria dos métodos para produzir combustíveis destilando certos vegetais pouco ajudam a reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa, responsáveis pela mudança climática, segundo a maioria dos cientistas, como colher as matérias-primas necessárias requer grande quantidade de água, além de fomentar o uso de pesticidas e provocar desmatamento em países tropicais, dizem esses relatórios.

O auge dos biocombustíveis, impulsionado por milhares de milhões de dólares em subsídios governamentais, provocará aumento entre 30% e 40% até 2020 no preço dos alimentos, segundo o não-governamental Instituto de Pesquisa de Políticas Alimentares, com sede em Washington. O milho, a cana-de-açúcar, a soja e a palma são os principais cultivos dos quais se extrai etanol ou biodiesel. “Resumidamente, usar comida para produzir combustíveis é uma idéia estúpida”, disse à IPS Ronald Steenblik, diretor de pesquisas do Global Subsidies Initiative, do Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável, com sede em Genebra. “É outra forma de subsidiar as grandes corporações agroindustriais e constitui uma manobra para desviar a atenção do problema real, que é reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa”, acrescentou.

Dois novos estudos, dos quais Steenblik é co-autor, destacam que produzir combustível a partir do milho, da soja ou da cana-de-açúcar é incrivelmente caro. Sua análise diz que o apoio governamental atingiu em 2006 US$ 11 bilhões ao ano para os países que integram a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne entre seus membros todos os países industriais. Mais de 90% desses subsídios corresponderam aos Estados Unidos e à União Européia, e, segundo o informe, provavelmente chegarão este ano aos US$ 13 bilhões ou US$ 15 bilhões. “Aumentam na medida em que a indústria se expande”, disse Steenblik.

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