Fonte: Revista Página 22, Número 10, Julho 2007
por Milene Pacheco
Várias das maiores empresas de tecnologia do mundo anunciaram em junho uma aliança para criar metas de melhor uso da energia e redução de emissão de carbono por computadores e outros eletrônicos. Entre os membros da Climate Savers Computing Initiative estão a Microsoft, a Intel e o Google. Juntas, as empresas pretendem encorajar os usuários a tirar vantagem das técnicas de gerenciamento de energia e a aumentar a eficiência energética dos equipamentos. O objetivo é poupar US$ 5,5 bilhões em gastos energéticos por ano e reduzir a emissão de carbono em 54 milhões de toneladas anuais, o equivalente à emissão de 11 milhões de carros.
Hoje apenas 50% da energia que deixa a rede elétrica chega ao computador, por conta da ineficiência dos fios. Ao celebrar a iniciativa, o vice-presidente de operações do Google, Urs Hölzle, disse que, a partir de 2010, os climate savers vão definir um padrão de fonte de energia com 95% de eficiência.
A iniciativa não livra as empresas de sérios problemas relacionados ao meio ambiente. Segundo a última edição de maio da revista New Scientist, várias matérias-primas usadas na fabricação de produtos eletrônicos se esgotarão dentro de, no máximo, 30 anos, caso o consumo “desenfreado” prossiga. Todas as fontes de platina, usadas em placas eletrônicas, desaparecerão dentro de 15 anos. Outro metal apontado no estudo é o índio, usado na fabricação de telas de cristal líquido, que se esgotará entre cinco e dez anos.
A busca de alternativas é, portanto, uma imposição do planeta ao mercado. Resta saber se o alerta será compreendido em profundidade, de modo a incentivar o desenvolvimento de tecnologias com base em matérias-primas e processos produtivos limpos, renováveis e sustentáveis.
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