segunda-feira, 27 de julho de 2009

Energia eólica no Ceará

Fonte: Diário do Nordeste, por Isildene Muniz, 30/06/09

O grande impasse a ser superado para consolidar a geração de energia eólica no País esbarra na legislação brasileira que ainda não dá segurança para o investidor, já que não tem capilaridade para oferecer investimentos a largo prazo — analisou Balhmann, que abriu ontem a quarta edição do Power Future 2009.

Para ele, o leilão específico de comercialização da energia eólica, que acontece em novembro deste ano, é uma grande conquista. "Até dezembro, mais de 500 megawatts de energia eólica passarão a ser gerados no Ceará — o que tornará o Estado a maior fonte de geração no País. Com o advento do leilão, a cada ano, o mesmo volume de energia será gerado, durante pelo menos 10 anos", comentou ele.

O presidente da Adece lembrou que o governo estadual tem um programa específico de estímulo aos investimentos nessa área — o Proeólica. "O processo de geração desse tipo de energia é recente, todo um conhecimento foi desenvolvido, mas já é uma realidade diferente do que tínhamos há dois ou três anos, que assombrava os analistas de banco e era encarado como impossível", destacou Balhmann.

"Quebrada a inércia dessa revolução da matriz energética, podemos afirmar que o Ceará está organizado, financeiramente capaz de apoiar os projetos apresentados e conceder estímulos às empresas que quiserem se instalar no Estado", salientou Balhmann.

O presidente da Adece informou também que será apresentado durante o Power Future um manual de orientação para o investidor de energia eólica. ´Tem tudo o que ele necessita para aportar seus recursos no empreendimento: legislação, custos, tarifas, aspectos legais, tributários e fiscais, entre outros fatores´.

INCENTIVO
Proinfa já contratou 3.299 megawatts de 144 usinas

O Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) reúne no País 144 usinas com 3.299 mil megawatts (MW) contratados. Desse total, 1.422,92 MW são gerados por 54 usinas eólicas; 1.191, 24 MW são produzidos por 63 PCH (Pequenas Centrais Hidráulicas); e 685,24 MW por 27 Centrais à Biomassa. Os dados foram repassados ontem por Sebastião Florentino, um dos membros da coordenadoria do programa. "No caso da eólica, houve um momento de aprendizado, mas as indústrias brasileiras têm condições de atender a demanda das montadoras. Temos sete fábricas de torres, algumas de componentes, duas montadoras e uma fábrica de pás para exportação". Florentino apontou como muito positiva a realização do leilão específico para energia eólica. "O preço ainda é uma dificuldade, mas no leilão o insumo pode ser negociado 30% a 40% mais barato. E a medida que a indústria de base for acompanhando o desenvolvimento da produção, a tendência é baratear mais".

Sobre o Power Future, o diretor do Proinfa disse: "É uma unidade de negócios, uma vez que reúne projetistas, investidores, financiadores. É a oportunidade de mostrarem o que têm e o que querem".

Grande financiador

O BNB (Banco do Nordeste) vem avançando nos financiamentos aos planos voltados para infra-estrutura da região. Atualmente, o banco participa em 81% desses projetos, segundo o presidente da instituição, Roberto Smith. "O Nordeste é pobre em recursos hídricos e nesse sentido apoiamos as iniciativas que contemplam a geração de energia. Temos 25 projetos inscritos, dos quais 12 são direcionados à eólica".

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