por Roberto do Nascimento, Mercado Carbono - Portal Terra
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, explicou à Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados como é feito o zoneamento do plantio da cana-de-açúcar na Amazônia e no Pantanal, que abrange três estágios: onde pode ser plantada cana de acordo com o clima e o solo, onde não se deve plantar cana e áreas aptas ao plantio em pastagens e as terras consideradas degradadas.
Um dos argumentos dos críticos dos biocombustíveis é a concorrência que exercerá com a produção de alimentos e o desmatamento que vai provocar, principalmente na Amazônia. O ex-ministro da Agricultura e presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Roberto Rodrigues, afirmou a Mercado Carbono que plantar cana na Amazônia é um absurdo. "A cana é uma gramínea que precisa de uma área com período seco para concentrar o açúcar e produzir etanol ou sacarose. Lá é muito úmido, em boa parte não é possível plantar porque não haverá seca nem frio." Ou seja, não razão técnica ou econômica para plantar cana-de-açúcar na região, porque seria perder dinheiro.
Segundo o ex-ministro, o Brasil tem 62 milhões de hectares plantados, dos quais 6,9 milhões ocupados com cana - 3,3 milhões para açúcar e 3,6 milhões para etanol. Portanto, apenas 5% da área agrícola destinam-se à produção de etanol, que deve alcançar este ano 21,3 bilhões de litros. Há ainda 200 milhões de hectares ocupados com pastagens, dois quais 90 milhões são aptos para agricultura (22 milhões deles aptos para a cana). Assim, estima-se que o País pode multiplicar por sete a área de cana para etanol, sem qualquer prejuízo para outros produtos ou para as florestas.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário