Fonte: "Transgênicos: A verdade por trás do mito", Greenpeace Brasil

Os defensores da engenharia genética alegam que o processo é preciso, devido à exatidão de quais genes são adicionados, e que, por esta razão, seus efeitos podem ser previstos.
No entanto, na prática, o processo é incontrolável. Novas pesquisas científicas mostram que a função dos genes é muito mais complexa do que se imaginava:
• A posição onde genes são inseridos é feita ao acaso – outros genes podem ser rompidos e suas funções alteradas;
• Muitas cópias dos genes podem ser integradas, fragmentos adicionais inseridos, seqüências de genes rearranjados ou suprimidos – o que pode resultar na inativação de genes, instabilidade ou interferência em outra função do gene;
• Um gene não codifica somente uma função. Descobertas feitas por estudos como o do genoma humano demonstraram que há muito menos genes em organismos superiores do que se previa anteriormente. Foram encontrados de 30 a 40 mil no homem em vez dos 120 a 140 mil imaginados. Isso significa que genes ou partes de genes, podem estar envolvidos em diferentes funções, dependendo de como são transcritos e quais outros genes estão envolvidos. Essa descoberta enfraquece a suposição de que se um gene com uma função conhecida for a adicionado, ele irá se comportar, na prática, de uma única forma.
• Um pacote de genes é introduzido onde não há precedentes evolucionários. A introdução de genes vem de uma mistura de espécies que nunca foram reunidas antes. O comportamento e a interação dos genes inseridos, ao longo do tempo, em um genoma complexo, são desconhecidos.
MUDANÇAS PERMANENTES
A falta de previsão dos efeitos ao longo do tempo é a conseqüência da complexidade da transgenia. Uma vez liberado no meio ambiente, não será mais possível recolher o organismo vivo. A provável irreversibilidade do impacto do organismo geneticamente modificado é atribuída à capacidade de reprodução dos seres vivos: se os transgênicos cruzarem com espécies selvagens semelhantes, mudanças genéticas podem ser incorporadas no código genético natural e alterar o caminho da evolução de forma irreversível.
O cruzamento entre duas plantas transgênicas diferentes nas lavouras pode criar uma planta desconhecida. No Canadá, a canola (colza) transgênica resistente ao agrotóxico glifosato cruzou com a canola transgênica Liberty Link, resistente ao agrotóxico gluofusinato, e em seguida cruzou com a canola não transgênica Clearfield, resistente ao herbicida do grupo imidazolinona. Isso criou uma super erva daninha jamais imaginada pelos cientistas, que é combatida por um produto químico extremamente tóxico chamado 2,4 D.
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