quinta-feira, 3 de maio de 2007

Para ambientalistas, Japão usa Ásia como 'colônia tóxica'

Estadao.com.br / Efe

De acordo com EcoWaste Coalition, Japão exige que países em desenvolvimento recebam seus resíduos tóxicos em troca de investimentos e ajuda econômica


MANILA - Ambientalistas filipinos denunciaram nesta quarta-feira, 2, a política japonesa de garantir investimentos e ajuda econômica aos países asiáticos em desenvolvimento, exigindo em troca que eles recebam os seus resíduos tóxicos.

Os ativistas satirizaram a célebre foto da bandeira dos Estados Unidos sendo hasteada na batalha de Iwo Jima (Segunda Guerra Mundial), em um tablado armado perto da Embaixada do Japão em Manila. Uma bandeira japonesa ilustrada com o símbolo do iene foi hasteada sobre uma pilha de lixo, para ilustrar a forma como o Japão se livra de seus resíduos mais nocivos.

"Somos contra o uso de acordos comerciais para levar a países vizinhos os produtos tóxicos do Japão, muitos dos quais proibidos no mundo todo ou restringidos", diz o comunicado da EcoWaste Coalition, uma aliança de grupos ambientalistas, como o Greenpeace.

Para o grupo, a política de "tarifa zero" para os produtos facilita e legaliza a chegada de lixo tóxico aos países mais pobres da Ásia.

"Rejeitamos qualquer plano que transforme nossos países em depósitos de lixo tóxico e ponha em perigo a saúde de nossos trabalhadores e comunidades", disse Manny Calonzo, coordenador do Gaia, integrante da Coalizão.

Os ecologistas pediram o envio de cartas de protesto ao primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, para dizer que "a Ásia não é a colônia tóxica do Japão" e exigir o cumprimento de tratados internacionais sobre proteção ao meio ambiente.

A Convenção de Basel proíbe a exportação de resíduos tóxicos dos países desenvolvidos aos do Terceiro Mundo, inclusive os recicláveis.

O pedido foi estendido aos Governos das Filipinas e Tailândia, à Organização Mundial do Comércio, à Organização Mundial da Saúde e ao Programa Ambiental da ONU.

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