quinta-feira, 27 de setembro de 2007

China admite risco de desastre ecológico em maior represa do mundo

Folha Online, com informações da Efe, em Pequim - 26/09/2007

A China reconheceu pela primeira vez, após negar reiteradamente as advertências dos ecologistas, que a represa das Três Gargantas, o maior projeto hidrelétrico do mundo, pode provocar uma catástrofe ambiental.

Segundo a agência estatal Xinhua, especialistas e funcionários chineses concordaram em um fórum que o projeto, iniciado em 1993, supõe um impacto "notavelmente adverso" na área de 600 quilômetros quadrados que cerca a represa, com contaminação e deslizamentos de terra.

"Se não forem adotas medidas, o projeto pode levar a uma catástrofe", alertaram os participantes do encontro, que durou dois dias e terminou na terça-feira (25) em Wuhan, capital da província central de Hebei.

O "enorme peso" da água após a construção da represa começou a erodir as margens do rio Yang Tsé em muitas partes, o que, junto com as freqüentes oscilações do nível hídrico, causou vários deslizamentos de terra.

Essa é a primeira vez que Pequim reconhece os danos causados por um de seus projetos mais importantes, que obrigou a deslocar mais de 1 milhão de pessoas, destruiu relíquias culturais e contribuiu para a diminuição de espécies animais e vegetais.

"É um bom passo, mas é preciso fazer estudos e investigações muito mais profundos sobre as mudanças que a construção da represa está provocando", afirmou hoje à Efe Wang Yongcheng, da organização governamental chinesa Voluntários Verdes.

Yongcheng explicou que, nos últimos dois anos, o rio Yang Tsé e seus afluentes alcançaram seus níveis mais baixos, algo que "não pode ser atribuído apenas à mudança climática, mas também aos efeitos da represa".

"Não podemos de maneira nenhuma baixar a guarda diante dos problemas de segurança ecológica e ambiental causados pelo projeto", afirmou no fórum Wang Xiaofeng, diretor do governamental Comitê do Projeto das Três Gargantas.

A erosão e os deslizamentos nas colinas ao redor da represa, as divergências sobre os assuntos ligados à terra e à "deterioração ecológica causada pelo desenvolvimento irracional" são, em sua opinião, as principais ameaças do projeto, que tem um orçamento de cerca de US$ 25 bilhões.

A qualidade de água nos afluentes do Yang Tsé também caiu e os surtos de algas e outras plantas aquáticas tornaram-se mais freqüentes.

Localizada no terceiro rio mais extenso do mundo, a represa das Três Gargantas, que tirou de Itaipu o posto de maior do mundo, já começou a gerar eletricidade e estará totalmente concluída em 2008.

Sobre os perigos da energia nuclear

O advogado e escritor Ralph Nader publicou um artigo bastante interessante sobre uso da energia nuclear. Seguem abaixo alguns trechos:

"O que os lobistas nucleares ignoram é a quantidade de carvão e petróleo que precisa queimar para enriquecer o urânio, transportar os resíduos radioativos pelas rodovias e ferrovias com veículos protegidos e garantir a segurança, já que seriam um alvo prioritário para a sabotagem.

Além disto, comecemos com a loucura tecnológica do ciclo da energia nuclear, desde as minas de urânio e seus resíduos mortais até o refinado e a fabricação de derivados energéticos; a superprotegida e imponente planta nuclear até a necessidade de um funcionamento perfeito da instalação e os problemas ainda não resolvidos da localização e embalagem dos perigosos resíduos radioativos e material contaminante durante os próximos 200 mil anos!

(...)

O terremoto de intensidade 6,8 que atingiu Kashiwakazi, no Japão [nota do blog: leia postagem anterior], deixou fora de funcionamento uma planta nuclear gigante que, segundo o New York Times “gerou preocupação acerca da segurança da indústria nuclear nacional, repleta de acidentes”. Esta planta, propriedade da Tokyo Electric Power, possivelmente está situada diretamente sobre a linha de uma falha sísmica. Os relatórios falam diariamente de danos maiores do que se pensava no dia anterior, incluindo fugas radioativas, danos a dutos obsoletos, tubulações queimadas e outros “maus funcionamentos”, além dos incêndios. Várias centenas de barris de resíduos radioativos foram abaixo.

(...)

Basta um acidente importante de fusão do núcleo do reator de uma planta para provocar uma demanda de fechamento de toda a indústria por dano público generalizado.

(...)

Lembremos que Chernobyl, na Ucrânia, ainda está rodeada por cidades e povoados vazios após a tragédia de 1986. A radioatividade abriu caminho até os rebanhos da Inglaterra, as nogueiras da Turquia e outros lugares."

Para ler o texto completo clique aqui.

Usina nuclear japonesa sofre incêndio sem vazar radiação

Folha Online, com informações da Efe, em Tóquio - 20/09/2007

A usina nuclear japonesa de Kashiwazaki, a maior do mundo em capacidade de produção, sofreu hoje (20/9) um incêndio no telhado de uma de suas instalações, que não provocou nenhum vazamento radioativo, informou a agência Kyodo.

O fogo começou por volta das 10h50 (22h50 de quarta-feira, em Brasília), no reator número 1 da central. O motivo foi a avaria de um cabo de eletricidade do sistema de refrigeração.

As equipes de emergência apagaram as chamas em meia hora, segundo a Tokyo Electric Power. Além disso, a companhia afirmou que não houve feridos.

O complexo na província de Niigata, no noroeste do país, está fechado desde que foi danificado por um forte terremoto, em julho. Na ocasião, a empresa relatou vazamentos radioativos e 63 falhas de funcionamento. Cerca de 1,2 metro cúbico de água radioativa foi parar no Mar do Japão.

A companhia elétrica insistiu porém que a central não sofreu nenhum "dano grave" em sua estrutura.

Uma equipe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) inspecionou em agosto passado as instalações e determinou que a central deveria permanecer fechada por cerca de um ano antes de voltar a funcionar.

Leia mais
* Usina admite mais vazamento de radiação no Japão
* Tremor no Japão mata sete, fere 800 e gera vazamento radioativo

Semicondutor vira fotocatalisador e gera hidrogênio a partir da energia solar

Semicondutor vira fotocatalisador e gera hidrogênio a partir da energia solar

Fonte: site Inovação Tecnológica, 27/09/2007


Os semicondutores revolucionaram nossa civilização, ao permitir a construção de transistores e diodos de estado sólido, circuitos integrados, microprocessadores e, finalmente, dos computadores. Agora, uma descoberta feita por cientistas do Instituto Max Planck, na Alemanha, pode fazer com que os semicondutores revolucionem também a forma como geramos energia elétrica.

Energia limpa

O hidrogênio é considerado o combustível do futuro porque sua queima produz apenas água como subproduto. E o melhor dos mundos poderá ser alcançado se ele puder ser produzido a partir da energia solar, outra fonte de energia limpa e renovável.

Todo o hidrogênio vendido comercialmente hoje é produzido a partir do gás natural, um combustível fóssil. Agora, os pesquisadores alemães conseguiram fazer com que um material semicondutor funcione como catalisador, mais especificamente como fotocatalisador, quebrando a molécula da água (H2O) em oxigênio e hidrogênio utilizando a luz do Sol como fonte de energia.

Hidrogênio gerado com energia solar

No final do mês de Julho, outra equipe anunciou ter alcançado 70% de eficiência em um processo semelhante (veja Produção de hidrogênio utilizando energia solar atinge 70% de eficiência), embora não tenham divulgado detalhes sobre o processo de catálise utilizado.

Na pesquisa agora publicada, a equipe do Dr. Martin Demuth utilizou o dissiliceto de titânio (TiSO2), um material semicondutor, como fotocatalisador para quebrar a molécula de água e produzir oxigênio e hidrogênio. O processo é similar ao que ocorre nas plantas com a fotossíntese, que converte a luz do sol diretamente em energia química.

Com o novo fotocatalisador, o hidrogênio é produzido sem envolver a geração de corrente elétrica, simplificando enormemente o processo e ajudando a diminuir os custos. Mesmo que tecnicamente viáveis, a adoção destas novas tecnologias de geração de energia limpa deve vencer também a barreira do custo de produção do hidrogênio, que não pode ser caro demais.

Geração e armazenamento de hidrogênio

O dissiliceto de titânio apresentou outro comportamento extremamente vantajoso no processo: além de produzir o hidrogênio, ele consegue armazená-lo. O armazenamento do hidrogênio é outro entrave tecnológico para sua adoção como combustível em larga escala.

A capacidade de armazenamento do dissiliceto de titânio é menor do que a apresentada por outros materiais atualmente sendo pesquisados, mas ele é tecnicamente mais simples, sendo que o armazenamento é facilmente reversível, algo essencial para que o hidrogênio possa ser utilizado posteriormente. E com a vantagem de operar em temperaturas mais baixas. O oxigênio também é armazenado no processo, mas deve ser liberado em condições diferentes, com temperaturas acima de 100 °C e ausência de luz.

Fotossíntese artificial

Para um semicondutor, o dissiliceto de titânio apresenta propriedades optoeletrônicas ideais para uso como captador de energia solar. "Semicondutores adequados para uso como fotocatalisadores têm sido difíceis de se obter, apresentam características de absorção da luz desfavoráveis ou se decompõem durante a reação," diz o Dr. Demuth.

No início da reação forma-se uma leve camada de óxido sobre o semicondutor, o que é pré-requisito para seu funcionamento como um catalisador ativo. "Nosso catalisador quebra a água com uma eficiência superior à maioria dos outros sistemas semicondutores que também operam utilizando a luz visível," completa o pesquisador.

O TiSO2 é barato, fácil de se produzir e absorve uma ampla faixa de radiações do espectro eletromagnético.

Bibliografia:
A Titanium Disilicide Derived Semiconducting Catalyst for Water Splitting under Solar Radiation - Martin Demuth - Angewandte Chemie International - September 2007 - Vol.: 46, No. 41, 7770-7774

Universidade Federal Rural do RJ abre inscrições para mestrado e doutorado em Ciências Ambientais e Florestais

Data final para inscrições é 31 de outubro

Os candidatos do mestrado deverão ter concluído o curso superior em Engenharia Florestal, Biologia, Agronomia e áreas afins. Já para o Doutorado, é necessário ter concluído o mestrado ou estar em fase de conclusão do mesmo.

Podem candidatar-se ao Doutorado, portadores de diploma de mestre em Ciência Florestal ou em áreas semelhantes.

O formulário para a inscrição está disponível no site www.if.ufrrj.br/pgcaf/index.html. O valor da taxa é de R$ 45 (quarenta e cinco reais). O processo seletivo para o mestrado acontecerá em novembro.

A divulgação dos aprovados sairá em fevereiro. Faz parte da seleção do Mestrado: a prova de conhecimentos técnico-científicos, a análise da documentação apresentada e a prova de língua estrangeira.

Para o Doutorado, além da análise da documentação apresentada, será realizada entrevista (dezembro). As aulas terão início em março de 2008.

Biólogo propõe obra no mar para salvar o clima

Agência FAPESP, 27/09/2007

Em correspondência publicada na edição desta quinta-feira (27/9) da revista Nature, o cientista e ambientalista James Lovelock propõe uma ação radical para estimular a capacidade de a Terra curar a si mesma, como um tratamento de emergência para o que chama de “patologia do aquecimento global”.

O texto foi publicado em co-autoria com Chris Rapley, do Museu de Ciência de Londres. Lovelock, da Universidade de Oxford, é o criador da hipótese de Gaia*, sugerida para explicar o comportamento sistêmico do planeta Terra, encarado como um grande organismo.

Os dois propõem que sejam instalados nos oceanos tubos que, com o movimento das ondas, bombeariam para a superfície a água que está entre 100 metros e 200 metros de profundidade. Segundo eles, a mistura de águas ricas em nutrientes sob a termoclina – região onde há um decréscimo brusco de temperatura da água – com a água relativamente estéril da superfície estimularia o crescimento das algas.

“A água bombeada fertilizaria as algas na superfíce e estimularia seu desenvolvimento. Isso diminuiria o dióxido de carbono e produziria dimetil sulfito, o precursor dos núcleos que formam nuvens refletoras de luz solar”, diz o artigo.

Os canos teriam cerca de 10 metros de diâmetro, com uma válvula unilateral na parte de baixo, permitindo que o movimento das ondas produza o bombeamento.

De acordo com os cientistas, processos naturais que normalmente serviriam para regular o clima estão sendo levados a acirrar o aquecimento global. “É duvidoso que qualquer técnica, ou esquema social bem intencionado, de redução das emissões de carbono possa restaurar o status quo”, sugerem.

O radicalismo da proposta é justificado pelos cientistas pela emergência da situação. “Precisamos de uma cura fundamental para a patologia do aquecimento global. Esse tratamento de emergência poderia estimular a capacidade que o planeta tem de curar a si mesmo”, afirmam.

“Os oceanos, que cobrem mais de 70% da superfície terrestre, são um lugar promissor para buscar uma influência reguladora”, destacam. Os autores admitem que a estratégia pode falhar tanto em termos de engenharia como em termos econômicos. E o impacto na acidificação do oceano precisa ser levado em conta.

“Mas as apostas são tão altas que colocamos em prática o conceito geral de utilizar a própria energia do sistema terrestre para melhorá-lo. A remoção de 500 bilhões de toneladas de dióxido de carbono do ar por ação humana está além da nossa atual capacidade tecnológica. Se não podemos curar o planeta, talvez possamos ajudá-lo a se curar sozinho”, sugerem.

O artigo Helping the Earth to cure itself via the oceans, de James Lovelock e Chris Rapley, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.

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* A
hipótese de Gaia, desenvolvida por James Lovelock, considera o planeta Terra como um superorganismo, onde todas as reações químicas, físicas e biológicas estão interligadas e não podem ser analisadas separadamente. A teoria, que data dos anos 70, turbinou o movimento ambientalista em todo o mundo.

SP faz primeiro leilão de créditos de carbono

Iniciativa inédita no mundo rendeu R$ 34 milhões à Prefeitura paulistana

por Andrea Vialli, Estadao.com.br, 27/9/2007


A Bolsa de Mercadoria e Futuros (BM&F) realizou ontem o primeiro leilão de créditos de carbono em bolsa do mundo. Foram colocados à venda 800 mil certificados de emissão reduzida - os títulos negociados no ambiente do Protocolo de Kyoto - provenientes da captura e queima de 808.450 toneladas de gás metano no Aterro Bandeirantes, em São Paulo.

Os títulos foram comprados pelo banco holandês Fortis Bank NV/SA, que deu o lance mais alto: 16,20 por certificado, valor considerado elevado para transações desse tipo - no mercado europeu, os títulos são comercializados em média a 10. Grandes grupos financeiros fizeram ofertas, como os bancos ABN Amro, Merril Lynch e Goldman Sachs.

A Prefeitura de São Paulo, que ofertou os títulos, vai embolsar R$ 34 milhões com a venda dos certificados, o que, segundo o prefeito Gilberto Kassab, será usado em melhorias ambientais nos bairros vizinhos ao aterro sanitário. "Todo recurso arrecadado será revertido em melhorias para a população que há anos convive com o aterro." A Prefeitura deve lançar, até o fim do ano, mais um lote para negociação.

METAS DE REDUÇÃO

O mercado de créditos de carbono começou a vigorar em fevereiro de 2005. Nele, os países desenvolvidos que têm metas de redução das emissões de gases de efeito estufa podem comprar títulos de projetos que reduzem a poluição em outros países. O Brasil tem cerca de 230 projetos em fase de aprovação pela ONU. A venda dos créditos na BM&F demonstra a viabilidade financeira desse mercado, que tem potencial para movimentar US$ 1,2 bilhão até 2012, só no País.


Leia também o que foi publicado sobre o assunto pela Agência Brasil e pelo site Último Segundo.

Itamaraty rebate relator da ONU e diz que etanol traz desenvolvimento

País dá resposta oficial contra avaliação de que produção do biocombustível pode aumentar fome mundial

por Jamil Chade, Estadao.com.br, 27/9/2007

Genebra - O Brasil ataca o relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Direitos à Alimentação, Jean Ziegler, e garante que a cultura da cana-de-açúcar distribuiu renda nos últimos 30 anos. O especialista da ONU acaba de concluir um relatório em que aponta para os riscos de o etanol aumentar a fome no mundo e pede uma moratória de cinco anos na expansão do biocombustível no mundo.

Ontem, o Itamaraty decidiu responder oficialmente a essa avaliação em um debate no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.

O governo brasileiro pediu a palavra e tentou explicar que, ao contrário do que diz o relatório da ONU, o etanol feito a partir da cana-de-açúcar pode trazer desenvolvimento. No documento das Nações Unidas publicado pelo Estado com exclusividade na segunda-feira, o suíço Ziegler estima que as populações mais pobres podem sofrer com o avanço do etanol, já que ele aumentaria o preço dos alimentos.

Ziegler foi tradicionalmente um aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas sua recente atitude na ONU irritou o governo brasileiro. O suíço chegou a receber nos últimos dias mensagens de agradecimento por parte de líderes do Movimento dos Sem-Terra (MST). O governo cubano também não escondia sua satisfação com o conteúdo do polêmico relatório da ONU.

"O Brasil tem usado o biocombustível por mais de 30 anos. Os resultados concretos para a sociedade têm sido o aumento da produção de cana, mais empregos e benefícios sociais positivos, com melhor distribuição de renda", afirmou o embaixador na ONU, Sérgio Florêncio. "Portanto, por três décadas, o Brasil conseguiu aumentar a produção de alimentos e de cana para o biocombustível. Isso gerou um impacto positivo na oferta de alimentos, como demonstram os dados da produção agrícola e de exportações."

O governos brasileiro afirmou que, contrariamente à avaliação de Ziegler, a produção de cana pode ter um papel importante como instrumento para a promoção do progresso na agricultura de países em desenvolvimento.

Não satisfeito, Ziegler contra-atacou. "Não posso concordar com a política energética no Brasil", afirmou. Mostrando livros do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e de Gilberto Freyre em plenário da ONU, o relator insistiu em sua tese. Ele qualificou de "catastróficos" os efeitos da utilização de terras no Brasil para o plantio da cana nos próximos anos.

APOIO

Apesar do ataque à posição do relator da ONU, o Itamaraty decidiu apoiar a permanência de Ziegler no posto.

O governo brasileiro ainda retrucou, argumentando que entre 2003 e 2007 foram destinados US$ 21 bilhões ao programa Fome Zero. "Como resultado, o Brasil experimentou em 2006 uma queda de 10,6% da pobreza", afirmou o embaixador brasileiro na ONU.

Energias renováveis fazem parte da Semana Nacional de C&T na UFSC

Nos dias 3 e 4 de outubro, acontecerá na Universidade Federal de Santa Catarina a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que, entre as diversas atrações, terá um stand voltado para as fontes renováveis de energia com a participação do Instituto IDEAL (Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas da América Latina), do LABSOLAR (Laboratório de Energia Solar da UFSC) e da ISES DO BRASIL (International Solar Energy Society - Seção Brasil).

A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é promovida pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, e conta com o apoio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (SDS-SC) e da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (Fapesc).

Em Florianópolis, o evento engloba, além da mostra tecnológica que ficará aberta ao público no pavilhão montado na Praça da Cidadania - em frente ao prédio da Reitoria da UFSC, também o Seminário de Iniciação Científica da universidade e a Feira de Ciências da rede estadual de ensino.

Informações sobre a SNCT na UFSC:
Roberto Orofino
(48) 3721.9590
(48) 3721-9332
orofino@reitoria.ufsc.br

Site da SNCT: http://semanact.mct.gov.br

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Denúncia: óleos Soya e Liza são transgênicos

Greenpeace

A Justiça de São Paulo concedeu liminar a uma ação do Ministério Público paulista obrigando as empresas Bunge e Cargill a rotularem seus óleos, respectivamente Soya e Liza, como transgênicos.

Ambos são produzidos com soja geneticamente modificada, mas os consumidores não são informados disso conforme manda a lei em vigor.

A ação do MP foi baseada na denúncia feita pelo Greenpeace em 2005, que provou o uso de soja transgênica pelas duas empresas na fabricação dos óleos mais vendidos no Brasil.

Leia mais

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Brammo - Evolução da espécie

A pioneira motocicleta elétrica Enertia, feita pela empresa americana, tem baterias de alto rendimento, que garantem maior autonomia e ajudam a reduzir o peso total

por Téo Mascarenhas - Estado de Minas, 9/9/2007


As exigências ambientais, a escassez e o preço do petróleo vão acelerando o desenvolvimento de veículos equipados com motores elétricos ou movidos com combustíveis alternativos. A eletricidade, porém, ainda esbarra no grande volume e peso, além de baixa autonomia das baterias, seu principal calcanhar-de-aquiles. A empresa Brammo, fundada em 2002, sediada em Ashland, Oregon, Estados Unidos, quer mudar a história, lançando a primeira motocicleta elétrica comercial do mundo (até então, só os scooters eram "eletrificados"), batizada de Enertia, que chega com alguns avanços.

A Enertia tem visual e posição de pilotagem de uma motocicleta convencional. No lugar do tanque, entretanto, estão alojadas seis baterias individuais de lítio/fosfato de alto rendimento, desenvolvidas pela americana Valence Technologies. Essas baterias dispensam manutenção e conseguem a mesma carga útil nas recargas, que podem ser feitas em apenas três horas em tomadas comuns. Para gerenciar as seis baterias, foi desenvolvido um programa, denominado Battery Management System (BMS), que eqüaliza as cargas e o consumo de cada uma, facilitando também a recarga.

Desempenho
Para equilibrar o peso das baterias, o quadro da Enertia é construído em fibra de carbono, de perfil retangular, e pesa somente 7,2 kg. As baterias são fixadas nele, rebaixando também o centro de gravidade. O peso total da moto é de 124 kg. A nova Enertia é absolutamente silenciosa e nem escapamento tem, já que não emite poluentes. Segundo a Brammo, é capaz de acelerar de 0 a 50 km/h em 3,8 segundos. Um desempenho razoável para o trânsito urbano, sua verdadeira praia. A autonomia é calculada em 73 quilômetros. A suspensão traseira é do tipo mono e a dianteira telescópica.

A velocidade máxima é de 81 km/h, condizente com o fluxo de trânsito das grandes cidades. Enertia está equipada com transmissão final por corrente, fazendo a ligação entre o motor elétrico e a roda traseira. Os freios são a disco, com pinças da grife Brembo. As rodas são raiadas, com aros de alumínio Excel. O painel tem velocímetro e quadro com as informações da carga de eletricidade. Para pilotar, mais uma comodidade: sem câmbio, basta acelerar e frear. Os espelhos ficam nas pontas do guidão. A comercialização da Enertia está prevista para o início de 2008, por cerca de US$ 12 mil (R$ 23.700).

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

UFSC comemora dez anos de produção solar de energia elétrica

por Alexandre Montenegro
ISES do Brasil


Florianópolis - Domingo (16), completa dez anos de operação o gerador solar que foi pioneiro em nosso país em unir interligação à rede elétrica pública e integração à arquitetura de prédio urbano.

Neste gerador, a conversão de energia solar em eletricidade ocorre através dos módulos fotovoltaicos instalados na cobertura do Bloco A do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Com uma potência de pico de dois quilowatts, o
projeto inovou também por utilizar a tecnologia de filmes finos de silício amorfo em um gerador solar fotovoltaico deste porte.

Ao longo desses dez anos, a UFSC já implantou vários outros geradores solares interligados à rede e integrados à edificação, sendo os mais notáveis o do seu Centro de Cultura e Eventos e o da Casa Eficiente da Eletrosul, ambos em Florianópolis.


A energia solar e a geração fotovoltaica

Por ser bem distribuída em todo o país, a energia solar é uma fonte para produção de eletricidade que pode atender tanto aos habitantes dos grandes centros urbanos – assistidos pela rede elétrica pública – como às comunidades ou habitações isoladas – para as quais a extensão da rede elétrica convencional apresenta custos proibitivos.

Além de utilizar uma fonte de energia renovável, não poluente e silenciosa, o gerador solar fotovoltaico apresenta a vantagen de poder ser integrado a edificações urbanas, constituindo então uma usina geradora junto ao ponto-de-consumo e que não requer nenhuma área adicional.

Os prédios que utilizam geradores solares fotovoltaicos integrados à fachada e/ou cobertura são chamados de Edifícios solares fotovoltaicos. A aplicação desse tipo de configuração tem crescido em todo o mundo.

Os módulos solares fotovoltaicos, além de serem responsáveis pela conversão de radiação solar em eletricidade, servem também como material de revestimento destas fachadas e coberturas.

Sistemas deste tipo injetam na rede elétrica pública qualquer excedente de energia gerado e, por outro lado, utilizam a rede elétrica como backup quando a quantidade de energia gerada não é suficiente para atender à instalação consumidora.


Potencial fotovoltaico do Brasil

O potencial de geração de energia elétrica através da tecnologia solar fotovoltaica no Brasil é muitas vezes superior ao consumo total do país.

Para exemplificar este potencial, a comparação com a usina hidrelétrica de Itaipu – que contribui com aproximadamente 22% da energia elétrica consumida no país – é bastante ilustrativa.

O lago de Itaipu cobre uma superfície de 1.350 km2, para uma potência instalada de 12,6 GW e uma produção anual de energia elétrica em torno de 80 TWh . Cobrindo uma área equivalente com um sistema solar fotovoltaico de filmes finos com eficiência de conversão em torno de 7%, a potência instalada seria de 94,5 GWp (gigawatts pico) e, em função da disponibilidade de energia solar na região do lago de Itaipu, a quantidade anual de energia elétrica fotogerada seria em torno de 160 TWh . Em 2004 o Brasil consumiu 359,60 TWh de energia elétrica .

Ou seja, cobrindo-se o lago de Itaipu com módulos solares fotovoltaicos de filmes finos comercialmente disponíveis, seria possível gerar aproximadamente o dobro da energia gerada por Itaipu, ou equivalente a 44% da eletricidade consumida no Brasil.


As vantagens da geração descentralizada

No entanto, a inovação que vem sendo difundida com os trabalhos da UFSC nessa área é exatamente a geração descentralizada e junto ao ponto de consumo, através da integração dos módulos fotovoltaicos ao entorno construído de ambientes urbanos (telhados e fachadas das edificações), para evitar investimentos e perdas por transmissão e distribuição, bem como a ocupação desnecessária de área física (1.350 km2, no caso do lago de Itaipu), utilizando-se os telhados das edificações em vez de áreas que podem ter outras finalidades.

Cobrir telhados com módulos solares fotovoltaicos, em vez de que cobrir o lago de Itaipu com os mesmos módulos, apresenta grandes vantagens:
  • Sociais: por melhorar a qualidade da energia nas pontas de rede e por permitir a substituição de diesel em comunidades não atendidas pela rede elétrica pública;
  • Econômicas: por reduzir investimentos e perdas de transmissão e distribuição, já que retarda a necessidade de expansão da rede elétrica pública, e
  • Ambientais: já que a maior inclusão da geração fotovoltaica na matriz energética nacional implica em menor utilização de formas de geração agressivas ao meio-ambiente, como grandes barragens e termo-elétricas.

Gerador solar fotovoltaico de 2 kWp no Depto. Eng. Mecânica da UFSC.
Encontra-se em operação e monitoração contínua desde 16 de Setembro de 1997.

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Gerador Solar Fotovoltaico do Depto. Eng. Mecânica da UFSC
Informações técnico-científicas


Características
  • Local: Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC – Florianópolis, SC
  • Potência instalada: 2078 Wp (watts-pico)
  • Área total: 40,8 m²
  • Início Operação: 16 de Setembro de 1997
  • Componentes do gerador solar fotovoltaico: 68 módulos (54 opacos e 14 semitransparentes) de filmes finos de silício amorfo de junção dupla; quatro inversores de corrente contínua (geração solar) para corrente alternada (rede elétrica pública).
  • Componentes do sistema de aquisição de dados: dois sensores de irradiação solar (plano horizontal e na inclinação dos módulos); dois sensores de temperatura (ambiente e dos módulos); computador dedicado; sistema de aquisição e tratamento de dados; relógio medidor da energia elétrica gerada.

Resultados dos estudos desenvolvidos
  • Comprovaram a viabilidade técnica e os benefícios sociais, econômicos e ambientais da geração distribuída de energia solar.
  • Demonstraram que, para o clima brasileiro, dentre as tecnologias fotovoltaicas atualmente disponíveis, a de filmes finos de silício amorfo é a que apresenta melhor performance (energia gerada durante o ano para cada watt-pico instalado).

CNEN bloqueada por insegurança nuclear!

Greenpeace Brasil

O maior acidente radiológico do mundo, o do césio-137 em Goiânia, completa 20 anos esta semana e o sofrimento das vítimas continua até hoje. Além de moradores da região, foram atingidos policiais e bombeiros enviados ao local pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Eles estavam sem proteção apropriada e sofreram contaminação. Hoje, lutam contra doenças provocadas pela radioatividade. São 20 anos de descaso do Estado brasileiro.

Desde o acidente, quase nada mudou no controle das atividades nucleares no Brasil. Não vamos deixar o Brasil ser o país da insegurança nuclear!

As falhas estruturais da CNEN foram detalhadas por um grupo de trabalho da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados, no relatório "Fiscalização e Segurança Nuclear", publicado em 2006. E agora o governo Lula quer investir mais R$ 7 bilhões de reais para construir a usina nuclear Angra 3. Essa expansão do Programa Nuclear Brasileiro só tende a agravar os problemas de insegurança nuclear do país.

Vale lembrar também que a energia nuclear é cara e perigosa: o processo para gerar energia elétrica é o mesmo de se fazer uma bomba. Além disso, para cada emprego gerado pela energia nuclear, a tecnologia eólica gera 32 e a solar 1426 postos de trabalho.

Por todos estes motivos, o Greenpeace fechou os portões da sede nacional da CNEN no Rio de Janeiro para prestar solidariedade às vítimas do acidente com o césio-137 e lembrar a sociedade dos perigos da energia nuclear. Foram horas emocionantes e tensas, nossos ativistas precisaram ser fortes contra a truculência da polícia. (assista ao vídeo)

Agora é a sua vez de participar: para conhecer outros motivos para se dizer não à Angra 3 e enviar sua mensagem ao presidente Lula exigindo a não construção da usina e o fim do Programa Nuclear Brasileiro, clique AQUI.

Cana na Amazônia é contra-senso, diz ex-ministro

por Roberto do Nascimento, Mercado Carbono - Portal Terra

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, explicou à Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados como é feito o zoneamento do plantio da cana-de-açúcar na Amazônia e no Pantanal, que abrange três estágios: onde pode ser plantada cana de acordo com o clima e o solo, onde não se deve plantar cana e áreas aptas ao plantio em pastagens e as terras consideradas degradadas.

Um dos argumentos dos críticos dos biocombustíveis é a concorrência que exercerá com a produção de alimentos e o desmatamento que vai provocar, principalmente na Amazônia. O ex-ministro da Agricultura e presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Roberto Rodrigues, afirmou a Mercado Carbono que plantar cana na Amazônia é um absurdo. "A cana é uma gramínea que precisa de uma área com período seco para concentrar o açúcar e produzir etanol ou sacarose. Lá é muito úmido, em boa parte não é possível plantar porque não haverá seca nem frio." Ou seja, não razão técnica ou econômica para plantar cana-de-açúcar na região, porque seria perder dinheiro.

Segundo o ex-ministro, o Brasil tem 62 milhões de hectares plantados, dos quais 6,9 milhões ocupados com cana - 3,3 milhões para açúcar e 3,6 milhões para etanol. Portanto, apenas 5% da área agrícola destinam-se à produção de etanol, que deve alcançar este ano 21,3 bilhões de litros. Há ainda 200 milhões de hectares ocupados com pastagens, dois quais 90 milhões são aptos para agricultura (22 milhões deles aptos para a cana). Assim, estima-se que o País pode multiplicar por sete a área de cana para etanol, sem qualquer prejuízo para outros produtos ou para as florestas.

Lula diz que Brasil terá em breve carro com peças de plástico derivado do álcool

fonte: Ana Paula Marra e Carolina Pimentel, repórteres da Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou esta semana que em breve o Brasil terá um “carro verde”, ou seja, um automóvel cujas peças serão de plástico derivado do álcool, e não mais do petróleo.

O anúncio foi feito em discurso na cerimônia de abertura do Dia do Brasil (12/9), em Estocolmo, na Suécia. Lula destacou a importância de Brasil e Suécia desenvolverem parcerias em projetos de energias renováveis.

“Foi assim, com grande satisfação, que assinamos ontem (11/9) o memorando de entendimento sobre cooperação em energias renováveis. Estão dadas todas as condições para que empresas suecas e brasileiras juntem-se no desenvolvimento e pesquisa desse próximo passo na revolução energética”.

Lula afirmou que o Dia do Brasil vai representar um excelente negócio para empresários suecos e brasileiros darem um novo impulso às relações econômicas entre os dois países.

O comércio entre os dois países no ano passado se aproximou dos US$ 1,5 bilhão, e este ano deverá ultrapassar, segundo informou Lula, os US$ 2 bilhões. “Ainda há muito por fazer. É justamente essa a missão de vocês, empresários, que hoje se reúnem no Dia do Brasil”, afirmou o presidente.

O presidente Lula voltou a defender a importância dos países chegarem a uma “conclusão satisfatória” para a Rodada Doha, na Organização Mundial do Comércio (OMC).

“É o momento de igualarmos as regras aplicáveis ao comércio de produtos agrícolas que incidem sobre o comércio de bens industriais. Uma conclusão satisfatória para a Rodada Doha, na OMC, é inadiável. Não podemos colocar em risco o conjunto do sistema multilateral de comércio, com prejuízos sobretudo para os países mais pobres”, defendeu.

Brasil e Dinamarca firmam acordo na área de energias renováveis

fonte: Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou ontem (13), em Copenhague (Dinamarca), da assinatura de memorando de entendimento com o governo dinamarquês sobre cooperação em energias renováveis.

Em seu discurso, o presidente destacou a importância do papel do etanol e do biodiesel no desenvolvimento de uma nação e aproveitou a oportunidade para convidar os empresários dinamarqueses a conhecerem o que o Brasil está fazendo em matéria de energias renováveis. “É importante que se amplie a escala de fornecimento mundial do etanol. Necessitamos de um mercado amplo que faça do etanol uma commodity de larga aceitação".

Além disso, acrescentou o presidente, é preciso eliminar as "tarifas proibitivas" que oneram a importação dos biocombustíveis e são "incompatíveis com a disseminação dos combustíveis verdes”.

Um futuro brilhante e multibilionário para a energia solar

fonte: Greenpeace
4/9/2007

Milão, Itália — Relatório lançado pelo Greenpeace mostra que geração de eletricidade por painéis solares será competitiva na próxima década, com mercado de 300 bilhões de euros por ano em 2030.

Um relatório lançado hoje (4/9) pelo Greenpeace e a Associação da Indústria Fotovoltaica Européia (AIFE) prevê um futuro brilhante para a indústria da energia solar. O relatório Geração Solar 2007 (1) demonstra o crescimento acentuado do mercado fotovoltaico dos últimos anos e projeta que essa indústria pode atingir um volume anual de 300 bilhões de euros até 2030, criando 6.5 milhões de empregos e suprindo 9,4% da demanda mundial por eletricidade.

O relatório enfatiza os benefícios e a forma de proporcionar energia elétrica a 2,9 bilhões de pessoas vivendo em países em desenvolvimento, como o Brasil. O recente incremento da eletricidade fotovoltaica é apenas uma amostra do que está por vir.

“A utilização de painéis solares fotovoltaicos pode eliminar a emissão de bilhões de toneladas de CO2, criar milhões de empregos e levar eletricidade a bilhões de pessoas que hoje não têm acesso à rede elétrica”, afirma Sven Teske, coordenador da campanha internacional de energia renovável do Greenpeace. “Os geradores solares logo estarão competindo com centrais elétricas, já que produzem eletricidade a preços competitivos exatamente onde ela é necessária – nas casas.”

Desde 1998, o mercado de energia solar fotovoltaica cresceu a uma taxa de 35% por ano e hoje gira mais de 9 bilhões de euros anualmente. Em 2006, a capacidade total instalada de sistemas fotovoltaicos atingiu um novo pico de 6.500 MWp, comparado aos 1.200 MWp de 2000. Esse crescimento mostra que, em algumas áreas, será mais fácil tornar-se competitivo nos preços finais para o consumidor até 2015.

A indústria solar é um elemento-chave para reduzir a emissão de gases estufa relacionada ao consumo energético. Em 2030, a taxa de redução anual de emissões de CO2 deve estar em torno de 1 bilhão de toneladas/ano, o equivalente às emissões totais da Índia no ano de 2004, ou às emissões de 300 usinas termelétricas a carvão. O saldo acumulado de economia de emissões atingiria 6,6 bilhões de toneladas em 2030.

Segundo Winfried Hoffmann, da AIFE, “a indústria solar fotovoltaica vai investir, de agora até 2010, 14 bilhões de euros na expansão de fábricas de painéis fotovoltaicos no mundo todo. A produção em massa vai possibilitar a redução dos custos e esperamos ter preços finais competitivos para o consumidor, em determinadas regiões, até 2015.”

O Greenpeace e a AIFE conclamam os governos a garantirem investimentos em energia fotovoltaica, incentivando programas como as tarifas feed-in que garantem um preço fixo para cada kilowatt-hora de energia solar disponibilizado à rede elétrica.

“A indústria está comprometida a fazer da geração de energia fotovoltaica um sucesso, mas necessita de ajuda e de vontade política. O mundo está pronto para uma revolução energética, mas os governos têm que apoiar sua retórica contra o aquecimento global em ações concretas para o desenvolvimento das energias renováveis, como a tecnologia fotovoltaica”, concluiu Teske.

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Veja também:

(1) Relatório Geração Solar 4 – Eletricidade solar para mais de um bilhão de pessoas e dois bilhões de empregos até 2020 – AIFE/Greenpeace Internacional, setembro de 2007.

O Greenpeace e a Associação da Indústria Fotovoltaica Européia produziram a quarta edição do relatório Geração Solar, com atualizações sobre a contribuição que a energia solar pode trazer para a oferta global de energia. O nome Geração Solar significa que o estudo pretende definir o papel da energia solar para a população que nasce hoje no planeta e será consumidora de energia.

Para baixar a versão pdf do relatório, clique AQUI.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Procurador apura violência contra ambientalistas

Blog do Josias, 04/09/2007


No detalhe, localização do município de Juína (MT)


A Polícia Federal receberá nos próximos dias um ofício do procurador da República Mário Lúcio Avelar, de Mato Grosso. Ele decidiu abrir inquérito policial para apurar o caso ocorrido no município de Juína (MT).

Conforme noticiado aqui no blog, o prefeito, o presidente da Câmara Municipal e fazendeiros da cidade constrangeram, ameaçaram e expulsaram um grupo de nove ambientalistas e jornalistas que pretendiam visitar a aldeia dos índios Enawene Nawe.

Mário Lúcio recebeu cópia de um vídeo com cenas do que se passou em Juína no último dia 20 de agosto. Está convencido de que houve “crime”. Ele diz: “Não há dúvida de que estamos diante de um caso de ameaça e constrangimento ilegal”.

Concluído o inquérito, o procurador pretende mover uma ação judicial contra os responsáveis. Cogita acusar o prefeito e o presidente da Câmara de Vereadores de Juína - Hilton Campos (PR,ex-PL) e Francisco Pedroso (DEM), respectivamente - da prática de improbidade administrativa.

“É certo que moveremos a ação”, disse Mário Lúcio ao blog. “Quero estudar direitinho o caso, para ver se é cabe também a acusação de improbidade administrativa. Há, em princípio, indícios muito fortes. Entendo que um prefeito e um vereador adotar um comportamento daquele, participando de um ato de constrangimento ilegal, viola os princípios da administração pública. Eles incitaram a violência. E não podem fazer uma coisa dessas”.

Atraídos até Juína pela notícia de um conflito de interesses entre fazendeiros e índios, dois jornalistas franceses e seis ambientalistas do Greenpeace e da Opan (Operação Amazônia Nativa) foram conduzidos à Câmara Municipal da cidade. Ali, sob aplausos de cerca de cinco dezenas de fazendeiros, foram informados pelo prefeito e pelo vereador de que não lhes seria permitido visitar os índios.

Devolvido ao hotel, o grupo foi submetido à vigilância dos fazendeiros. Em seguida, foi escoltado até a escada do avião que os levou até Cuiabá (MT). Na capital mato-grossense, os banidos de Juína reportaram o fato ao procurador Mário Lúcio e ao governador Blairo Maggi.

Maggi, produtor de soja e presidente estadual do mesmo PR que dá guarida ao prefeito de Juína, limitou sua reação a uma reprovação retórica. Quanto a Mário Lúcio, espera que o inquérito da PF seja breve. “Não tem nenhuma razão para demorar. Os fatos são claros. Tem as imagens. É só ouvir as pessoas, qualificar e estará tudo pronto para a propositura da ação”.

Se o procurador estiver certo, logo, logo o poder político e econômico será informado de que Juína não é uma terra sem lei. Tomara!

Escrito por Josias de Souza

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assista ao vídeo e leia mais sobre o assunto

domingo, 2 de setembro de 2007

Geração de Energia Elétrica pelas Ondas do Mar

Projeto desenvolvido pela
COPPE - UFRJ

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Notamos que foi atualizado o vídeo sobre esse projeto, que havia sido postado nesse blog anteriormente em 30/4/2007.
Como trata-se de um projeto bastante interessante, postamos agora o vídeo de Junho de 2007.

Projeto do IR Ecológico é aprovado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados

WWF-Brasil, 31 Aug 2007

O Projeto de Lei que prevê a criação do IR Ecológico foi aprovado por unanimidade na quarta-feira, 29 de agosto, pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados. O PL 5.974/05 do Senado Federal dispõe sobre estímulos fiscais para projetos ambientais, prevendo que pessoas físicas poderão deduzir até 80% do valor das doações e 60% dos patrocínios dirigidos a projetos ambientais previamente aprovados pelo poder público, até o limite de 6% do imposto de renda (IR) devido. No caso de pessoas jurídicas, poderão ser deduzidos até 40% do valor das doações e 30% dos patrocínios, respeitado o limite de 4% do IR.

O Projeto contempla também incentivos para doações ao FNMA (Fundo Nacional do Meio Ambiente), e abre a possibilidade de benefício para outros fundos públicos ambientais, desde que sejam habilitados pelo governo federal. Ressalte-se que a proposta não implica em aumento de renúncia fiscal, adaptando-se plenamente à legislação tributária em vigor, inclusive em relação aos limites de deduções possíveis. Preocupa-se ainda em evitar fraudes à sistemática de incentivos fiscais criada, mediante a inserção de tipo penal específico na Lei de Crimes Ambientais.

"A aprovação do Projeto trará grandes benefícios para os fundos ambientais públicos, para as organizações não-governamentais que atuam na área e, acima de tudo, para o meio ambiente e para a sociedade brasileira", comenta Alexandre Prado, gerente de Economia da Conservação Internacional e coordenador da Ação pelo IR Ecológico.

De autoria do Senado Federal, o projeto substitutivo foi redigido com o apoio da Ação pelo IR Ecológico, composto por representantes de ONGs ambientais, empresas e voluntários comprometidos com o tema ambiental. A proposta segue agora para aprovação em plenário na Câmara dos Deputados e depois no Senado Federal.

A Ação pelo IR Ecológico foi criada em 2005 para estudar mecanismos econômicos capazes de estimular o setor ambiental. É composta atualmente pelas seguintes organizações não-governamentais, empresas e especialistas: WWF-Brasil, The Nature Conservancy (TNC), Conservação Internacional (CI), Fundação SOS Mata Atlântica, Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), Instituto Socioambiental (ISA), Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, Fundação Biodiversitas, Instituto Bioatlântica, Pinheiro Neto Advogados, PATRI e Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE).

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Leia mais:
IR Ecológico - Perguntas & Respostas
Acompanhe o projeto de lei 5.974/05 na Câmara do Deputados